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Comportamento

Prazer em ajudar fez 50 voluntários saírem de casa para cuidar do folião

Voluntários da Cruz Vermelha falam sobre experiência de contribuir com o Carnaval da cidade

Por Jéssica Fernandes | 13/02/2024 08:15
Em Campo Grande, Cruz Vermelha é uma das instituições que atuam no Carnaval. (Foto: Juliano Almeida)
Em Campo Grande, Cruz Vermelha é uma das instituições que atuam no Carnaval. (Foto: Juliano Almeida)

Nos ‘bastidores’ do Carnaval muita gente trabalha para que a folia aconteça sem causar dor de cabeça a ninguém. A Cruz Vermelha é uma das instituições que marcam presença na Esplanada Ferroviária durante os cinco dias de festa. Neste ano, são 50 voluntários que saem de suas casas para ajudar e ver o folião bem.

Enquanto uns não abrem mão da diversão no bloquinho, outros atuam como voluntários nos dias que Cordão Valu e Capivara Blasé movimentam as ruas da região. Sem receber nada em troca pelo trabalho diário, os voluntários garantem que o propósito de ajudar é maior que qualquer diversão.

Em 2017, Heubert Morinigo entrou para a Cruz Vermelha movido por essa vontade de contribuir com o próximo. Neste ano, ele é o gerente da operação à frente do Carnaval em Campo Grande. Ao lado de outros cinquenta voluntários, escalados diariamente, ele chega às 15h para o trabalho e sai após às 23h.

Voluntário desde 2017, Heubert fala sobre ação da Cruz Vermelha. (Foto: Juliano Almeida)
Voluntário desde 2017, Heubert fala sobre ação da Cruz Vermelha. (Foto: Juliano Almeida)

Para quem não conhece a Cruz Vermelha, Heubert explica que o voluntariado é que mantém a organização desde a base até o topo da hierarquia.

“Voluntariado é a força motriz da Cruz Vermelha porque 99% da força são de voluntários. Isso tem a ver com o espírito da organização, então nada funciona sem voluntários. O Carnaval é o maior evento da Cruz Vermelha no Mato Grosso do Sul onde mobilizamos uma quantidade maior de pessoas”, diz.

Crianças perdidas, foliões que passam mal seja pelo abuso do álcool ou excesso de calor estão entre as ocorrências atendidas pela equipe. Para dar conta do serviço, o gerente de operação explica que todo voluntário deve fazer um curso preparatório.

No bloquinho, equipe realiza identificação de crianças através de pulseiras. (Foto: Juliano Almeida)
No bloquinho, equipe realiza identificação de crianças através de pulseiras. (Foto: Juliano Almeida)

“Todos os meses abrimos procedimento para as pessoas se tornarem voluntários. Quem quer ser voluntário da Cruz Vermelha tem que passar por um curso de formação institucional e de primeiros socorros”, pontua.

Antonio Torquato, de 70 anos, participa pela primeira vez do Carnaval usando as cores da Cruz Vermelha. Nos bloquinhos, o professor é quem conversa com os pais e ajuda na identificação de crianças através de pulseiras.

Apesar da correria dos últimos dias, ele garante que tem sido prazeroso poder ajudar. “É fantástico porque a gente vive essa experiência, aprendemos muito e damos nossa contribuição para a sociedade como um todo e no último caso para a Cruz Vermelha”, comenta.

Antônio fala sobre a experiência de ser voluntário pela primeira vez. (Foto: Juliano Almeida)
Antônio fala sobre a experiência de ser voluntário pela primeira vez. (Foto: Juliano Almeida)

Com a visão de que as crianças são a ‘maior riqueza do mundo’, ele vê no trabalho da Cruz Vermelha uma forma de auxiliar diretamente esse público. Por isso, participar da folia no bloquinho é o que menos importa para Antônio.

“Isso é uma missão espiritual, larguei tudo para cuidar das crianças. Eu entendo que é fundamental termos esse cuidado com elas em qualquer lugar do mundo”, reforça.

Desde 2022 na Cruz Vermelha, Robson Monteiro, de 23 anos, entrou na época que o grupo estava ajudando nas vacinações. “Era aquele período de pandemia e eu não conseguia me ver ajudando, então a ideia foi procurar o instituto. Eles precisavam de ajuda, mas me acolheram também”, afirma.

Para Robson poder ajudar no Carnaval é algo gratificante e uma missão. (Foto: Juliano Almeida)
Para Robson poder ajudar no Carnaval é algo gratificante e uma missão. (Foto: Juliano Almeida)

Esse é o segundo Carnaval onde o jovem deixa de curtir com os amigos para somar com outros voluntários. O motivo de ter corrido atrás do voluntariado, segundo ele, é poder auxiliar quem precisa. “O propósito da Cruz Vermelha na questão da assistência humanitária e zelar pelo próximo eram coisas que me instigavam”, destaca.

No terceiro dia de Carnaval, a felicidade dele é maior como voluntário do que como folião em anos anteriores. “É um propósito maior e apesar de querer estar curtindo com os amigos poder estar aqui e ajudar é algo que me deixa muito feliz”, pontua.

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