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Comportamento

Professor admite que exagerou contra “gays”, mas diz ser vítima de “heterofobia”

Ângela Kempfer | 26/05/2013 16:46
Texto publicado no Facebook e depois excluído.
Texto publicado no Facebook e depois excluído.

Ainda assustado com a repercussão de postagem no Facebook, o professor universitário Kleber Kruger, de 24 anos, admite que exagerou. “Falei sim como veado homossexual, mas não queria ofender ninguém”, diz. Ele conta que foi levado a atacar os “gays” por conta do desrespeito do “movimento” com a instituição.

Na sexta-feira, Kleber postou mensagem onde ataca os homossexuais, depois de se deparar com pichações nos corredores do curso de Ciência da Computação. “Nem lembro completamente o que está escrito, mas fiquei muito nervoso. Eles picharam as paredes”, conta.

Hoje, em entrevista ao Lado B, o professor lotado em Ponta Porã, mas que faz mestrado em Campo Grande, disse estar arrependido. “Foi um erro. Nunca pensei que teria uma repercussão como essa. Lamento”.

Ele garante que postou as mensagens em um ato impensado, “no calor da raiva”, e mostra indignação quando volta a falar sobre o assunto. “Cheguei lá na faculdade e tinha uma bandeira colorida, com o movimento (gay) fazendo manifestação lá no bloco deles. Depois, vi as paredes todas pichadas e só no nosso bloco. Lá no lado deles tá tudo limpinho”, explica.

Mas o sangue subiu realmente à cabeça, lembra Kleber, quando leu a palavra “machistas” estampada em uma das paredes do bloco por onde passam alunos de Engenharia e Computação. “Eles também passaram do ponto. Vivem chamando a gente de machista. Me pareceu provocação. Acham que podem tudo. Pichar também é contra a lei”, argumenta.

Kleber lembra que “dia desses” postou também o vídeo de Felipe Neto, que ficou famoso na rede por discurso contra a homofobia. “Eu coloquei e ainda escrevi que concordo com tudo que ele diz. Não sou homofóbico. Tenho amigos e alunos gays. Tem um aluno que foi muito mal em uma das provas, ele é gay. Não tive dúvida, fui lá e apoiei ele a continuar no curso, a andar. Não tenho problema nenhum com homossexuais”, assegura.

Para ele, chamar alguém de "veado f.d.p" é como falar com um amigo que torce para o time rival. "Falo assim, mas não sou uma pessoa ruim. Quemme conhece sabe. Sou um cara que gosta de brincar, que leva tudo na boa. Nunca sairia por aí batendo em alguém".

O professor parece muito abalado e diz ter medo de retaliação, principalmente, por ser um professor substituto. “Sei lá o que podem fazer comigo. No atual momento, eles acham que podem fazer tudo, que estão acima da lei”, lamenta.

O temor começou com os comentários na mensagem postada por ele. “Tinha gente lá dizendo que queria ver meu corpo no IML. Isso não é violência? Eu também sou vítima, mas de heterofobia”, conclui.

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