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Comportamento

Quarta-feira: o dia de desperdício na praça de alimentação do Shopping

Anny Malagolini | 03/10/2013 07:11
O que fica no prato ainda dá para alimentar uma pessoa. (Foto: Marcos Ermínio)
O que fica no prato ainda dá para alimentar uma pessoa. (Foto: Marcos Ermínio)

Prato feito, fast-food e refeições mais refinadas, como frutos do mar e comida japonesa...Não adianta, sempre resta algo no prato. O situação fica ainda mais clara em dias de quarta-feira, com as tradicionais promoções na praça da alimentação do shopping mais antigo da cidade.

Quem trabalha recolhendo as bandejas é testemunha da sobra de comida, que por muitas vezes nem chega a ser tocada.

Um mês trabalhando na equipe de limpeza do Shopping Campo Grande foi suficiente para funcionária Rayane Oliveira, de 23 anos, se surpreender com a quantidade de alimento recolhido em direção as lixeiras. Ela lembra que por vezes não tem dinheiro para comprar o lanche que ali, mal é tocado pelos clientes. “Dá vontade de comer, é tanta comida”, brinca.

Nas mesas, é possível ver pratos e mais pratos cheios de feijão, estrogonofe, pedaços enormes de bife à milanesa, saladas, porções de batatas fritas, refeições completas que alimentariam 2, 3... sabe-se lá quantos. A impressão é de que se duas pessoas tivessem entrado em um acordo e pedido apenas uma refeição, economizariam dinheiro (no mínimo).

“Tem cliente que até oferece, mas não aceito”, diz a funcionária Rosemeire Bueno, de 42 anos. Acostumada em ver tanto desperdício no ambiente de trabalho, em casa a auxiliar de limpeza garante que faz diferente para não repetir o erro que reprova durante o expediente: “Sirvo só o que vou comer, é um pecado jogar fora”.

Em um ano jogando comida dos outros no lixo, a auxiliar de limpeza Íris da Silva, de 29 anos, percebeu que a gula é o tal pecado de prejuízo incalculável. "Comem primeiro com os olhos e depois não aguentam no prato", sugere. 

As funcionárias elegeram o queridinho dos brasileiros: o arroz, como o alimento que mais é desperdiçado. Os clientes que compram os “pratos feitos” são os que mais deixam o arroz, já que vem em uma quantidade desproporcional, graças aos restaurantes. 

O gerente do restaurante japonês, Jeferson Valter aponta uma solução: cobrar sempre por quilo. "Infelizmente as pessoas ainda desperdiçam", lamenta.

O Brasil é um dos principais países que mais desperdiçam alimentos. Em 2006, segundo a Embrapa, mais de 26 milhões de toneladas de comida fori para o lixo.

É normal ver comida nos pratos na praça da alimentação. (Foto: Marcos Ermínio)
É normal ver comida nos pratos na praça da alimentação. (Foto: Marcos Ermínio)
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