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Comportamento

Quem lembra da Lotação Reiberta? E dos ônibus que iam para o Cascudo?

Aniversário da Capital está chegando e, para aquecer as memórias, ‘viagem’ leva para os transportes antigos

Por Aletheya Alves | 14/08/2024 06:14
Veículo da antiga Lotação Reiberta, uma das primeiras da cidade. (Foto: Reprodução/Paulo Coelho Machado)
Veículo da antiga Lotação Reiberta, uma das primeiras da cidade. (Foto: Reprodução/Paulo Coelho Machado)

Você sabia que a primeira linha de ônibus “nasceu” na Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Avenida Calógeras? Com o aniversário de Campo Grande chegando (26 de agosto) já dá para aproveitar e ir aquecendo as memórias. Lá atrás, o transporte era feito nas chamadas jardineiras, mas depois a situação melhorou e vieram outras empresas como a Lotação Reiberta e, como mais uma curiosidade, as rotas levavam para o “Cascudo”.

Quem gosta de relembrar ou já ouviu histórias mais antigas já deve ter escutado falar nos nomes acima e, para aqueles que nem imaginam do que se trata, fica aqui mais algumas partes das histórias da Capital. Em seu livro sobre a Rua Barão, Paulo Coelho Machado conta um pouco sobre as primeiras linhas de coletivos urbanos.

“Do lado ímpar, esquina da Calógeras, um terreno grande do empresário Aníbal Mourão, que criou a primeira linha de ônibus da cidade. O veículo era a célebre jardineira, um carro aberto dos lados, com bancos enfileirados”, descreveu o escritor. Naquela área ficava uma garagem e também a residência da família.

Longe das diversas rotas feitas hoje, apenas dois itinerários existiam por ali considerando o tamanho da cidade: Amambai e Cascudo. Sobre o primeiro bairro não há dúvidas, mas o então Cascudo já não existe mais com esse nome e agora é intitulado São Francisco.

Cartão Postal com ônibus coletivo no Centro. (Foto: Reprodução/Campo Grande Anos Dourados)
Cartão Postal com ônibus coletivo no Centro. (Foto: Reprodução/Campo Grande Anos Dourados)
Registro da antiga jardineira 'Sertaneja'. (Foto: Reprodução/Campo Grande Anos Dourados)
Registro da antiga jardineira 'Sertaneja'. (Foto: Reprodução/Campo Grande Anos Dourados)

Sobre o motivo do nome, há algumas versões que já foram inclusive contadas no Campo Grande News por Heitor Freire. O advogado relembrou que parte das pessoas dizia que Cascudo era o sobrenome de um curandeiro e benzedor que morava na região, enquanto outra versão era de que o nome vinha do córrego Cascudo, parte do córrego Segredo.

Voltando para as empresas, o dono da primeira era conhecido, segundo Machado, como um homem de poucas palavras e que dirigia os veículos, além de fazer a manutenção e cobrar as passagens. “Vivia sujo de óleo até os cabelos. Foi um desbravador valente, abrindo os caminhos campo-grandenses, trafegando sobre buracos e o barro deslizante das nossas ruas”.

A estrutura para os trajetos era precária e, considerando as dificuldades, o escritor fazia questão de destacar a importância de homens como Mourão, que precisavam se multiplicar para dar conta de tudo.

Depois da jardineira inicial, anos depois, outra linha que circulava por Campo Grande também surgiu, a Reiberta. O nome é a união de sílabas dos nomes de seus fundadores: Gustavo Reissig, Waldemar Berg e João Frederico Taton.

“Era circular e possuía quatro veículos, todos fechados. Partia da Casa Baiana, nos altos da Avenida Mato Grosso, descia até a 14 de Julho, para alcançar o Jardim (Praça Ary Coelho). Continuava pela Rua 13 de Maia, Marechal Rondon, 25 de Dezembro até o ponto de partida”.

Naquela época, a passagem custava dois cruzeiros e, depois, linhas novas surgiram com Ramon Sobral, Rosa Pires e Carlos Belliard. Na década de 1940, a empresa do último homem havia conseguido o poder de atuar na cidade através da Prefeitura, mas perdeu o direito por uma anulação na Câmara dos Vereador.

Depois, quem venceu foi a Empresa Sobral. “A cidade estava maior, os trajetos compridos e variados. Todos os novos bairros foram contemplados e a prefeitura passou a melhorar as condições de tráfego das ruas servidas pelos coletivos. As jardineiras abertas foram expelidas da circulação na cidade e empregadas em linhas rurais, como Três Barras, Lagoa da Cruz, Terenos e outras”, completa Machado.

E você, tem outras memórias sobre as antigas linhas de Campo Grande e as formas de transporte? Compartilhe com o Lado B em nossas redes sociais.

Ônibus da Viação São Francisco ainda tinha a linha "Cascudo" (ônibus do meio). (Foto: Reprodução/Campo Grande Anos Dourados)
Ônibus da Viação São Francisco ainda tinha a linha "Cascudo" (ônibus do meio). (Foto: Reprodução/Campo Grande Anos Dourados)

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