'Rainha dos Patos', Meire fez amizade com Freddy e Doralice em parque
Corredora conquistou duas aves e fala sobre relação de amor, respeito e preservação
Meire de Falco, de 46 anos, é conhecida como ‘madrinha dos patos’ no Parque das Nações Indígenas. Há 10 anos, ela frequenta o lugar para fazer caminhadas e passar o tempo, mas foi há três anos que as visitas ao parque ganharam conotação especial devido a amizade com dois patos em particular.
Chamados carinhosamente por Freddy e Doralice, os patos são alimentados praticamente todos os dias pela campo-grandense. Ao Lado B, ela fala sobre o vínculo que criou com esses animais e vários outros que vivem no local.
A amizade começou durante a pandemia quando Meire frequentava de forma assídua o parque para ouvir música, caminhar e meditar. Durante esse período, ela passou a prestar mais atenção às aves e percebeu que muitas pessoas as alimentavam com salgadinhos.
Foi aí que a corredora decidiu que levaria em cada visita alguns grãos de milho. “Comecei a alimentar a Doralice e o Freddy que sempre ficava junto. Eles adoravam. Como não tenho medo, mas respeito a todos os animais, sempre os tratei de perto e devagarinho começaram a comer na minha mão”, conta.
Hoje, ela separa cerca de 10 kg de milho por mês para poder alimentar eles e os demais da região. A quantidade, segundo a campo-grandense, é suficiente já que outras pessoas também alimentam as aves. Em alguns dias, Meire chega e diz que Doralice não a ‘dá moral’ por estar de papo cheio. “Mas o Freddy sempre come nem que seja um pouquinho para não fazer descaso”, diz.
A relação dela com as aves é algo que impressiona outros visitantes do parque, principalmente os pequenos. “As pessoas passam e ficam encantadas ao ver como eles são dóceis e como eu fico tão próxima. As crianças sempre pedem um pouquinho de milho para darem a eles também e tirar uma foto”, comenta.
Além dos patos, outros dois animais do parque ganharam um nome e uma atenção a mais da corredora. O primeira é a siriema ‘Vick’ que desde 2017 é registrada em fotos por Meire, enquanto o segundo é o ‘Chico’ que é uma garça que fica sempre por perto quando Doralice e Freddy estão sendo alimentados.
No Parque das Nações Indígenas tudo tem valor e significado na visão de Meire que adora ver a liberdade dos animais silvestres e a riqueza da flora. Do crescimento da ‘família’ de capivaras ao desabrochar de uma flor, ela adora poder acompanhar cada detalhe do parque que considera seu segundo lar.
Por isso, ela faz questão de preservar o parque, seja recolhendo o lixo e respeitando os animais. “Eu amo os animais silvestres, amo ver sua liberdade e amo aquele lugar. Aprendi a amar a Doralice e o Freddy como se fossem meus pets, mas jamais os queria dentro de um lugar fechado ou numa casa, pois eles moram no lugar mais bonito dessa cidade, que é o parque”, pontua.
O que diz a lei - Antes de dar alimento aos patos, Meire buscou autorização do responsável pelo parque para poder levar os grãos de milho. No caso dos patos, que não são animais silvestres, o ato não é considerado crime.
O mesmo não se aplica aos quatis, capivaras e outros animais que estão resguardados pela Lei Ordinária 5673, de Proteção à Fauna no Estado de Mato Grosso do Sul.
No Art. 3º - Considera-se abuso ou maus-tratos contra os animais, entre outras condutas cruéis:
VIII - oferecer alimento sem autorização do órgão responsável a animais silvestres em vida livre, nas áreas públicas, privadas e Unidades de Conservação.
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