Rapaz faz namorada e sogros viajarem mil km para pedido de casamento surpresa
Foram dois meses de planejamento e uma viagem de mais de 1 mil quilômetros do Rio de Janeiro até aqui para fazer a pergunta esperada e ter a resposta desejada. Depois de quatro anos de namoro, Cléfer colocou a namorada e os sogros no carro e os trouxe de Rezende para Campo Grande, com a desculpa de que a avó estava mal. O pretexto era para que o pedido de casamento fosse feito em solo campo-grandense, terra onde os familiares dele vivem.
O casal veio no final de semana e hoje ele inventou de levar a namorada para uma "feira de carros". O trajeto envolvia passar pela Orla Morena, onde está um dos outdoors. O anúncio com a foto do casal e a pergunta: "casa comigo?" foi encarado por ela, Vanessa, de véu na cabeça depois de uma serenata na via.
"Demorou, porque eu queria fazer de uma forma especial", se explicou Cléfer Felipe Schwengber, de 26 anos. Entre lágrimas, Vanessa concordou dizendo que foi mais que especial. Os dois namoram há quatro anos, se conheceram na igreja onde frequentam, Batista.
À época Cléfer morava em Rezende, mas meses depois o pai veio transferido para Campo Grande. Formado em Direito, ele sabia que o caminho que o levaria de volta ao Rio de Janeiro, era um concurso público. Meteu a cara nos livros e passou em duas provas. Hoje ele é servidor público na Justiça Federal e mora em Angra dos Reis.
Vanessa é publicitária e ganhou "as contas" por conta da viagem. Ela pediu uns dias de folga no trabalho e teve como resposta a demissão. Veio, volta e deve cumprir dias de aviso prévio. "Depois ela só vai pensar no casamento", brinca Cléfer.
Ao chegar perto do ponto onde está o outdoor, na Orla, Cléfer estacionou o carro e já desceu com o violão. Para evitar que a futura noiva olhasse para a placa, inventou outra desculpa. "Eu falei para ela olhar para a árvore, que lá tinha uma surpresa", conta o namorado.
Primeiro ele tocou uma música, do cantor gospel PG, ao lado de balões em forma de coração e dos olhos apaixonados dos pais e sogros. Em seguida perguntou do adereço. "Dá o chapéu para ela que ela não está entendendo nada", dizia o rapaz. O chapéu, no caso, já era a tiara com o véu.
"Para você entender melhor eu vou cantar só mais uma música..." E Cléfer emendou "Você", do mesmo cantor. As lágrimas começaram a brotar nos olhos de Vanessa que cantou junto até o momento em que ele se ajoelhou. "Já passamos por muitos momentos bons e ruins. Amo você, você é o amor da minha vida e por melhor que o nosso namoro seja, a nossa vida só está começando agora".
Em pé, ele convidou a namorada a olhar para o lado esquerdo, onde estava a pergunta. A resposta não foi de imediato, porque ela pediu para se aproximar do anúncio, queria ler de perto as frases "Deus, o que dizer para a pessoa mais linda e especial que já conheci? Amo você, você é o grande amor da minha vida! Tenho certeza de que, por melhor que nosso namoro possa parecer... Estamos apenas começando a viver".
O "sim" veio carregado de emoção e palmas dos familiares. Depois da resposta, Cléfer contou como foi para esconder e organizar tudo. "Eu apagava as mensagens do Whats, fazia o depósito do outdoor, conversava e apagava. Até senha de e-mail e Facebook eu mudei", explica. Para trazer todo mundo a Campo Grande, ele quase matou a avó, a coitadinha estava em casa esperando o desfecho da surpresa, mas passa bem de saúde.
A ideia foi falada para a família em setembro e de lá para cá todo mundo virou cúmplice. O pai do noivo até fez o caminho todo à pé, tentando descobrir o melhor ponto para a surpresa. O outro outdoor foi colocado na Afonso Pena, em frente à Cidade do Natal, mas o pedido foi na Orla por oferecer estrutura e cenário para a serenata.
O assunto de casamento já rolava entre os dois, mas nos últimos tempos ele andava despistando. "Eu falava: você só pensa nisso?", brinca.
A mãe dele entrega o jogo dizendo que de início achou a ideia meio "antiquada". "Mas é bonito de se ver e vale à pena, ele que vai pagar mico e não a gente", responde rindo, Eleni Machado Schwengber, de 48 anos.
O casamento deve ser entre junho e julho do ano que vem, em Rezende, terra da noiva. E para "dividir" os eventos, que Cléfer escolheu Campo Grande para o pedido. Se deve ter surpresa vindo no grande dia? A noiva diz que vai fazer sua parte. "Não sei, mas acredito que sim, suspeito né? Mas eu que vou arrumar pra ele", adianta Vanessa da Cruz, de 32 anos.