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Comportamento

Resgate de animais foi motivo para Carla voltar a estudar aos 46 anos

Contato com cães e gatos abandonados impulsionou desejo de protetora em se formar para oferecer ajuda

Aletheya Alves | 05/04/2022 06:44
Carla Coelho com uma das cadelas resgatadas durante seu trabalho como protetora. (Foto: Arquivo Pessoal)
Carla Coelho com uma das cadelas resgatadas durante seu trabalho como protetora. (Foto: Arquivo Pessoal)

Formada em Análise de Sistemas, Carla Coelho trabalhou por 14 anos na área até que se viu retornando para a faculdade aos 46 anos devido ao seu trabalho com animais abandonados. Hoje, com 54, ela se formou em Medicina Veterinária e conta que a vivência em ONGs fez com que a mudança de profissão fosse definitiva.

Em 2012, Carla começou a participar de projetos que trabalhavam com gatos e cachorros abandonados. Ela conta que, na época, o objetivo era fazer ações sociais aos fins de semana, já que trabalhava nos outros dias.

“Eu ajudava do jeito que conseguia, que era trabalhando com limpeza, buscando doação, fazendo campanhas para ajudar. Depois que vi que me identifiquei mesmo, comecei a trabalhar com mais afinco”, diz.

Por estar sempre em contato com as ações, ela também se tornou uma protetora e foi aprendendo as principais dificuldades do trabalho prestado. Nesse período, além de ser cuidadora temporária, também adotou animais resgatados, entre eles, Maria Flor.

Maria Flor foi resgatada e adotada por Carla. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maria Flor foi resgatada e adotada por Carla. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além da demanda ser muito grande, Carla detalha que um dos principais problemas das ONGs e de pessoas que trabalham ajudando na causa é o acesso às clínicas veterinárias.

Como a maioria dos animais precisa passar ao menos por um atendimento básico, as organizações acabam se endividando. Por isso, a protetora começou a pensar em retornar aos estudos e desenvolver algum projeto que pudesse auxiliar na diminuição dos valores tanto para ONGs quanto para a população de baixa renda.

Em 2014, um problema no ombro causado pela antiga profissão fez com que ela intensificasse os pensamentos sobre iniciar a graduação e, em 2015, a matrícula chegou.

Após deixar a Análise de Sistemas, Carla mergulhou nas salas cirúrgicas. (Foto: Arquivo Pessoal)
Após deixar a Análise de Sistemas, Carla mergulhou nas salas cirúrgicas. (Foto: Arquivo Pessoal)

“As duas coisas se uniram, mas foi algo bem intenso voltar para a graduação. Foram longos 7 anos, porque no caminho, fiquei doente e tive que trancar o curso, mas não desisti. Ficava pensando que precisava continuar e terminar pelo o que eu acreditava, que iria poder ajudar”, narra.

Já formada, Carla explica que conseguiu o registro profissional do Conselho Regional de Medicina Veterinária e que, agora, o plano é procurar parcerias para colocar as teorias na prática.

Colação de grau em Medicina Veterinária ocorreu no fim de 2021. (Foto: Arquivo Pessoal)
Colação de grau em Medicina Veterinária ocorreu no fim de 2021. (Foto: Arquivo Pessoal)

Por estar se especializando em felinos, ela diz que a ideia principal é fazer campanhas de castração com preços reduzidos, já que um dos principais problemas é a alta taxa de natalidade.

Garantindo que a trajetória não foi fácil, a médica-veterinária conta que não há arrependimentos, mas muitos sonhos para realizar. “Vou voltar a conversar com ONGs e traçar estratégias. Tudo isso está acontecendo por essa experiência, então, vamos em frente.”

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