Ritual de Natal entre amigas é troca de livros e encontro marcante

Todo Natal, as amigas jornalistas Beatriz Magalhães, de 26 anos, Isabelly Melo, de 27 anos, Giovanna Dauzacker, de 26 anos, e Carine Ferrari, de 24 anos, têm um encontro marcado para trocar presentes e atualizar o grupo sobre a vida uma da outra.

Os encontros anuais foram uma forma que elas encontraram para garantir que, mesmo com a correria do dia a dia, ainda conseguissem dedicar um tempo de qualidade à amizade que se formou na época de estágio e faculdade de jornalismo.

Juntas, elas relatam que já superaram dificuldades pessoais, brigas entre si e até o momento em que o grupo quase acabou por conta de “ressentimentos”. No entanto, conseguiram superar os desafios e seguir em frente, com a amizade ainda mais fortalecida.

“A rotina de jornalista é meio louca, então nos encontramos poucas vezes no ano, sendo esse o nosso principal encontro, onde a gente conta as novidades, atualiza uma sobre a vida da outra e busca se divertir ao máximo, de forma bem despretensiosa mesmo”, diz Beatriz.

Beatriz, Giovanna e Carine se conheceram na faculdade de jornalismo e logo se tornaram amigas. Em 2019, Beatriz e Giovanna começaram a estagiar juntas em uma rádio, onde conheceram Isabelly, que, por sua vez, conheceu Carine através das novas amigas estagiárias.

O quarteto logo percebeu o interesse em comum pelos livros e, como não era sempre que tinham a oportunidade de ganhar exemplares, decidiram criar um amigo secreto diferente, iniciando a tradição das ‘Amigas Literárias’ em 2020.

Todo ano, desde então, quando chega a época do Natal, as quatro fazem um sorteio entre si, enviam uma lista com os livros que gostariam de ganhar e combinam um local para trocar os presentes e colocar o papo em dia.

A ideia era fazer algo pontual, mas gostamos e foi se tornando uma tradição. Normalmente fazemos os encontros na minha casa (Beatriz). Como somos ansiosas, a gente sempre revela a amiga logo no começo, é um momento bem descontraído, engraçado e afetuoso, cada uma descreve a amiga ou fala algo que aconteceu entre as duas. Às vezes é fofo, na zoeira, poético, mas sempre com carinho, descreve Beatriz.

Para Beatriz, o encontro mais marcante foi o primeiro, pois ela havia acabado de começar a morar sozinha, e mesmo sem “estrutura”, como ela diz, as amigas não abriram mão de ir.

“Não tinha nem geladeira ainda, comemos sentadas em um colchão na sala. Isso significou muito para mim, elas estavam ali porque todas nós queríamos estar juntas, independentemente de ter ou não ‘estrutura’. Elas estão comigo desde o meu começo, e isso é o que eu mais amo na gente. Moro longe da minha família e tenho elas como minha família. Se algo acontecer, eu sei que posso contar com elas”, expressa Beatriz.

Para Giovanna, os momentos compartilhados com o quarteto são muito especiais, principalmente porque é difícil conseguir reunir o grupo inteiro. Ainda assim, elas sempre fazem de tudo para reservar um espaço na agenda e dedicar tempo umas às outras.

“Sei que mesmo não estando grudada, nem vendo as meninas toda semana, se precisar, elas estarão dispostas a me ajudar. Eu amo que a nossa amizade já perpassou os anos, os “abalos” e permanece firme. Amo que posso confiar de olhos fechados em cada uma e também, amo estar por dentro das fofocas da vida delas”, comenta Giovanna.

Carina compartilha que o grupo viveu bastante coisas juntas, desde o desafio de finalizar TCC (trabalho de conclusão de curso), perdas de pessoas amadas, até inícios e fins de relacionamentos, sempre cuidando umas das outras e fortalecendo o sentimento de amizade, mesmo quando não estão totalmente presentes, por causa da na correria do dia a dia.

“As meninas fizeram parte de muitos momentos importantes da minha vida, sejam eles bons ou ruins. Elas são minha família, sempre me apoiam, dão puxão de orelha e etc. Não consigo ver uma vida sem elas”, diz Carine.

Isabelly cita que, apesar da correria da vida, ela e as amigas sempre buscam se fazer presente no dia a dia, seja através da leitura, por mensagens no grupo do WhatsApp e, é claro, com o encontro anual, que é carregado de ansiedade, leveza e fofocas.

“Não tenho amizades de infância, tipo as de filmes, então é muito especial e significativo, pra mim, ter esse laço com as meninas. Já ficamos mais distantes, próximas, grudadas, 'normal', mas sempre escolhemos ficar, permanecer na vida uma da outra. Então isso pra mim vale muito, saber que a leitura nos une, as conversas, apoio, a profissão e o sentimento genuíno de amizade”, finaliza Isabelly.

Este ano, o grupo se reuniu no Jardim Central, e o cenário rendeu fotos incríveis no momento da revelação. Isso porque Beatriz explica que, enquanto uma está falando, a outra já está com a câmera pronta para registrar tudo, garantindo a foto ‘clássica’ de sempre, para marcar cada encontro.

A intenção é que no próximo ano, elas consigam se reunir antes do Natal, para contar as histórias dos livros que ganharam em 2024.

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