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Comportamento

Saiba porque Mato Grosso do Sul não poderia ficar fora do Centro-Oeste

Apesar do Sul no nome, todas as características do Estado só têm a ver com a região central

Bárbara Cavalcanti | 11/10/2021 07:45
Parque das Cachoeiras, em Bonito, paisagem típica da região Centro-Oeste. (Foto: Agência Sucuri de Turismo)
Parque das Cachoeiras, em Bonito, paisagem típica da região Centro-Oeste. (Foto: Agência Sucuri de Turismo)

O deputado federal por Santa Catarina Hélio Costa (Republicanos) é um dos tantos que já se enrolaram em 44 anos de existência de Mato Grosso do Sul. Dia desses, em sessão da Câmara Federal, soltou que MS fazia parte da Região Sul.

O vídeo viralizou, ele pediu desculpas, corrigiu, mas para ninguém correr o risco de passar vergonha de novo, o Lado B listou algumas características mostrando que Mato Grosso Sul só poderia estar mesmo é no Centro-Oeste

A região é composta por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. Com cada um, algo de muito semelhante aparece na hora de comparar comportamentos, cenários, economia e até arte.

Com o Distrito Federal, por exemplo, os rostos de tanta gente de fora são os mesmos que povoam MS. Com os outros dois vizinhos, compartilhamos também o Cerrado, além do clima seco, quente e imprevisível, o agronegócio como principal atividade econômica e amor pelo sertanejo.

Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, é uma paisagem bem semelhante ao interior de Mato Grosso do Sul. (Foto: Embratur)
Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, é uma paisagem bem semelhante ao interior de Mato Grosso do Sul. (Foto: Embratur)

Por aqui a gente não fala "Ah! Uuum...", mas compartilha a "moage", o "tereré", o churrasquinho, além do passado, do calorão e do fato de dividir o Pantanal, pontos que seguem ligando Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“A maior parte do Pantanal, inclusive, faz parte daqui, apesar da associação principal com a região pantaneira ficar por conta de Cuiabá”, acrescenta o mestre em História Regional, Ricardo Souza da Silva .

Se for levar em conta só Corumbá, aí a irmandade fica ainda mais evidente. As paisagens das cachoeiras do interior do Mato Grosso também poderiam muito bem ser daqui.

Goiânia, em Goiás, é conhecida pela arborização, característica em comum com Campo Grande. (Foto: Jackson Rodrigues/Prefeitura de Goiânia)
Goiânia, em Goiás, é conhecida pela arborização, característica em comum com Campo Grande. (Foto: Jackson Rodrigues/Prefeitura de Goiânia)

Campo Grande e Goiânia, apesar do dobro de população do lado de lá, foram separadas no berço, ouvindo um modão. Quem chega na capital de Mato Grosso do Sul, também logo fala na arborização e da fama de cidade cheia de verde é uma das coisas que nos une a Goiás, de forma geral.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a capital goiana é a cidade mais arborizada do Brasil entre os municípios com mais de um milhão de habitantes. Entre essas árvores, estão também os ipês, um dos símbolos característicos de Campo Grande, mas que também podem ser encontrados em Goiânia.

Tradicional arroz com pequi é um dos pratos que unem Mato Grosso do Sul e Goiás.
Tradicional arroz com pequi é um dos pratos que unem Mato Grosso do Sul e Goiás.

“Outra semelhança entre os três estados está na atividade econômica, que é a agropecuária. Toda região tem muitas fazendas”, ainda acrescenta Ricardo. Isso é “culpa” da pouca densidade geográfica da região, ou seja, poucos habitantes por quilômetro quadrado. Ainda conforme dados do IBGE, o Centro-Oeste tem apenas 11,98 habitantes por km².

O que também une Mato Grosso do Sul a Goiás, por exemplo, é o tradicional arroz com pequi, fruto do Cerrado, que hoje faz parte de uma variedade de receitas. Por aqui, o prato é forte e uma iguaria também em Goiás. Mas como o sul-mato-grossense não dispensa inventar uma nova moda, até doce é feito por aqui com o fruto.

Na arte, de longe o que mais une o Centro-Oeste são os nomes da música sertaneja da região, como Maiara e Maraisa do Mato Grosso, Marília Mendonça de Goiás e Luan Santana, João Bosco e Vinícius, Maria Cecília e Rodolfo, Munhoz e Mariano de Mato Grosso do Sul.

“É claro que cada lugar tem suas particularidades. Mato Grosso do Sul tem a influência japonesa e paraguaia muito forte, por exemplo. Mas nunca foi cogitado que o Estado pertencesse à outra região se não o Centro-Oeste”, reforça o historiador.

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