Sandra é vendedora querida na porta de escola pelo geladão famoso
Há cinco anos, Sandra diz ter sido salva pelo trabalho que conquistou coração dos alunos e pais
Há cinco anos, Sandra Aparecida Souza Oliveira pega brinquedos, caixas de trufas e outros doces para vender em frente a um colégio particular na Rua Albert Sabin. A vendedora, de 41 anos, conquistou o coração dos pais e, principalmente, dos alunos.
Os produtos saem entre R$ 2.50 a R$ 20 e são o que garantem renda extra para a mulher que viu a rotina mudar completamente aos 35 anos. “Minha medula espinhal inflamou e me paralisou do umbigo para baixo. Foi uma situação muito ruim, demorou um tempinho para aceitar e depois que adoeci fiquei dois anos em Coxim aí voltei”, diz.
Devido a paralisa, Sandra usa uma cadeira de rodas para se locomover. No período da manhã, ela trabalha vendendo no Centro de Campo Grande e à tarde na escola que fica próximo da casa onde mora com a mãe.
Quando veio para a Capital, o trabalho foi o que a salvou. Sem uma ocupação, Sandra acredita que poderia ter desenvolvido outras doenças, como a depressão. “O trabalho foi um remédio para eu evitar de ficar doente”, destaca.
A ideia de vender para os alunos veio de uma vizinha e assim ela começou. O início foi marcado pela vergonha, olhares piedosos de outras pessoas, porém Sandra não desanimou. Nunca mais parei e deu certo. Foi meio vergonhoso, mas depois tirei de letra”, diz.
Os geladões gourmets, trufas, pirulitos e brinquedos fazem a alegria dos pequenos que gostam de tudo.
A Sandra é uma daquelas pessoas maravilhosas que Deus coloca em nossas vidas. Eu conheci a cerca de um ano e meio quando coloquei minha filha na escola. Fui buscá-la a tarde e no primeiro dia Sandra estava lá vendendo os bombons e brinquedos
Na escola, a maioria dos pais e crianças já a conhecem, sendo que alguns desenvolveram uma relação mais próxima. É o caso da arquiteta urbanista Zuleide Carvalho, de 41 anos.
Na primeira vez que foi buscar a filha na escola, ela encontrou Sandra no mesmo lugar. “Olhei pra ela e pensei: ‘Meu Deus, que força que tem essa moça”, destaca. Além da força, Zuleide viu em Sandra simpatia e muita educação.
Mesmo sem saber, ela acabou inspirando a arquiteta que, assim como a filha Maria, gosta muito de Sandra. “Muitas vezes fui buscar minha filha na escola meio desanimada e quando olhava e olho pra Sandra me dá uma força. Ela sempre ali sorridente, simpática e não é a condição dela que a deixa pra baixo. Ela é uma pessoa que passa pra você uma paz e carinho muito grande”, ressalta.
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