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Comportamento

Sexta-feira 13: medo do dia ser ruim já não depende mais de superstição

Era de que gato preto não presta e que quebrar espelho dá azar acabou, afirmam campo-grandenses

Por Natália Olliver | 13/09/2024 07:03
Flávio Barbosa acredita na sorte de amuletos como o trevo de quatro folhas (Foto: Osmar Veiga)
Flávio Barbosa acredita na sorte de amuletos como o trevo de quatro folhas (Foto: Osmar Veiga)

A era de que gato preto não prestava, quebrar espelho ou passar embaixo de escada dá azar e a vassoura atrás da porta afasta as visitas acabou, pelo menos é isso o que muita gente afirma nas ruas do Centro de Campo Grande. Hoje, uma "sexta-feira 13", a data não passa de uma mera sexta comum e eles querem mais é aproveitar sem os antigos 'medos'. De toda forma, claro, que alguns resistem e acreditam em algo aqui ou acolá. E, no fim das contas, o receio geral é de que o cotidiano não dê certo com ou sem efeitos ou ajudas "mágicas".

Começando pela minora encontrada durante entrevistas do Lado B, entre as pessoas que se mantêm crentes em algumas superstições está o artesão Flávio Barbosa de Oliveira, de 50 anos. Ele acredita nas coisas boas, como sorte com amuletos e até usa um no pescoço com um trevo de quatro folhas, sinônimo universal de sorte grande. Isso porque a folhagem em número par é mais rara.

“Ganhei e me dá sorte. Eu troquei por uma peça minha com um colega. Conheci isso que brilha no escuro através dele. Eu acredito que me dê, de fato, sorte. Sempre achei legal o trevo de forma natural mesmo. O número 13 tem um quê de místico, mas não necessariamente ligado a coisas ruins, nada a ver”, diz Flávio.

Ele ressalta que pessoas vão até a Praça Ary Coelho, coração da cidade, em busca dos colares de trevo, pulseiras de ferradura e pedras variadas, ”não só o trevo, mas as pedras, que cada uma tem um significado, as ferraduras. Eu não acho que é um dia ruim, isso é algo meio comercial”, explica sobre o ‘medo’ da sexta-feira 13.

Já para Jeliel Farias Alves, de 41 anos, o assunto nunca foi levado como verdade. Para ele, a religião o impede de acreditar em coisas do gênero. Crescido em casa evangélica, o operador de máquina conta que até já chegou a ouvir pessoas falando sobre vassoura atrás da porta quando era criança.

Leonice Inácio Ferreira não acredita em nenhuma superstição (Foto: Osmar Veiga)
Leonice Inácio Ferreira não acredita em nenhuma superstição (Foto: Osmar Veiga)

“Acho que é mais da geração passada. Não acredito porque cresci no evangelho, mas conheço muitos que acreditam, eu não. A questão religiosa me impede de acreditar em algo tipo coisas más. A sexta-feira 13 pra mim é um dia normal, acredito que vai vir coisas boas, o lado oposto da coisa que é ruim. O dia em si é uma superstição”.

Quem compartilha da opinião de Jeliel é a vendedora Leonice Inácio Ferreira, de 55 anos. Também evangélica, ela acredita que o que tiver de acontecer, acontecerá, sendo sexta-feira 13 ou não.

“Não acredito em nada. É igual mês de agosto que chamam de mês do desgosto. Isso é qualquer dia, o que tem que acontecer, acontece, não tem isso de sexta-feira 13. Passa embaixo da escada pra ver o que vai acontecer? nada! Isso é lenda. Conheço gente que acredita, mas eu não vi nada acontecer. Acho muito besteira isso”.

Danielly Santos, prefere acreditar que 'todas as coisas' existem e são verdade (Foto: Osmar Veiga)
Danielly Santos, prefere acreditar que 'todas as coisas' existem e são verdade (Foto: Osmar Veiga)

Não tão distante dali, na Rua 14 de julho, Danielly Santos, de 24 anos, faz parte dos que fogem à descrença das superstições. Para ela o assunto é sério, mas não é motivo de medo, pois a vendedora não acredita que seja um dia ruim.

“Eu acho que acredito de tanto o povo ficar falando. Não acredito que é um dia ruim, se for para acontecer é qualquer dia. Eu detesto gato preto. Deus me livre de atropelar gato preto, sai de mim, não gosto, dizem que é muito azar”.

O churrasqueiro, Adilson Antônio, de  34 anos, conta que os avós acreditavam em várias superstições. “Falavam que não podia passar embaixo da escada, gato também, encruzilhada. Depois que fica adulto, fica no passado. As novas gerações não acreditam em mais nada. Ficou no passado”.

"Ficou no passado", diz Adilson Antônio sobre superstições (Foto: Osmar Veiga)
"Ficou no passado", diz Adilson Antônio sobre superstições (Foto: Osmar Veiga)

O jovem nasceu no dia 13 de julho, e às vezes caía na sexta-feira. “Era normal. Meus pais não acreditam mais hoje em dia, antigamente sim. Eles falavam que se cruzar com gato preto dá azar, se quebrasse espelho tinha 7 anos de azar. Agora é passado, tanto pra mim quanto pra eles”.

Com 66 anos, o pedreiro aposentado Adalberto dos Santos, de 66 anos, diz que sexta-feira 13 é “fake news” e que nunca acreditou, mesmo quando criança.

“Eu escutava, mas não acredito, por exemplo, de que não pode passar embaixo da escada. Já passei em muitas, nunca aconteceu nada. Já ficou no passado porque ninguém acredita mais em nada hoje, só no que vê e às vezes fala que é mentira”.

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