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Comportamento

Só o aperto vence quem tem vergonha de fazer nº 2 no trabalho

Usar o banheiro da empresa não é para todo mundo, mas a hora do aperto vence a timidez

Bárbara Cavalcanti | 12/09/2021 07:40
Um dos banheiros do Campo Grande News fica bem em meio onde todos os trabalham. (Foto: Paulo Francis)
Um dos banheiros do Campo Grande News fica bem em meio onde todos os trabalham. (Foto: Paulo Francis)

Com a volta da flexibilização do trabalho presencial, quem agora passa maior parte do tempo no escritório, vai precisar lidar com fazer cocô no banheiro da firma. A questão é que isso não é para todo mundo e tem gente que simplesmente não aguenta a ideia de os colegas de trabalho suspeitarem que houve um "número 2".

Tem gente que inventa desculpa até para ir ao shopping, supermercado ou padaria famosa, onde há banheiros mais afastados, só para garantir o intestino mais aliviado e o expediente seguir sem aquele aperto que faz a gente até suar frio.

Aos 17 anos, menor aprendiz que prefere não ser identificada, diz que passou por um trauma na escola. “Não desceu. Ficou lá. Depois dessa, eu seguro até chegar em casa, mesmo que demore”, ri. E ainda acrescenta: “Meu cu é acostumado com a privada só de casa, então, eu não consigo”, detalha.

Já a vendedora Amanda Nantes, de 22 anos, explica que até não tem problema em usar o banheiro da empresa, mas a questão é ter privacidade. Em maioria, as pessoas apontam a privacidade como principal preocupação.

“Aqui, o banheiro é mais nos fundos, então, é tranquilo. A questão é essa, de ser mais afastado. Mas acho que também depende da situação, numa emergência, quem sabe”, comenta.

A gerente comercial Angelita Rocha, de 52 anos, também enfatiza a questão da privacidade. “Eu mesma não tenho problema, eu vou onde tem. Estando limpo, eu não me importo. Realmente, tem muito isso, muita gente não consegue quando o banheiro é mais a mostra. Eu se fosse dona de um estabelecimento assim, eu construía banheiros só aos fundos. Mas olha, a necessidade faz a razão, então, na hora da emergência, vai o que tem”, ri.

O servidor público Ricardo Souza da Silva, de 58 anos, explica que em uma emergência, também não se acanha em utilizar o banheiro do trabalho, contanto que esteja limpo. Porém, sempre prefere a própria casa por um motivo muito específico: poder tomar banho ao invés de usar papel higiênico.

“Eu não estou nem aí para barulho ou mau cheiro. Mas não utilizo banheiro sujo e só uso papel higiênico em caso de extrema emergência, porque usar deixa meu “caneco” todo assado. Por isso, faço em casa, com banheiro limpinho, e limpeza do “caneco” com água e sabão”, detalha.

Quem tem a rua como escritório, corre mais risco de ter uma emergência e ter que utilizar o que tem disponível. Mas ainda assim, contam como vantagem poder ter a certeza de quando bate a vontade, a probabilidade maior é já de estar a caminho de casa.

Daniel trabalha na maior parte do tempo na rua e diz esperar até chegar em casa. (Foto: Paulo Francis)
Daniel trabalha na maior parte do tempo na rua e diz esperar até chegar em casa. (Foto: Paulo Francis)

É o caso do orientado de Flexpark Daniel Delgado, de 22 anos. “Graças a deus, nunca tive problema. Mas eu vou só no final do expediente mesmo. Algumas vezes, já precisei ir, mas aí já estava acabando o dia e eu usei lá na empresa. Mas a maioria, é só em casa mesmo”, comenta.

O motorista de aplicativo Max Ajala Chimes, de 36 anos, comenta sobre a flexibilidade de simplesmente ir para casa durante o dia. “Assim, dependendo claro de onde estou. Mas nunca tive problema. Só me sinto confortável em casa mesmo. Acho que na rua, o número 1 é mais tranquilo”, ri.

Max trabalha como uber e diz ter liberdade para poder ir para casa quando quiser usar o banheiro. (Foto: Paulo Francis)
Max trabalha como uber e diz ter liberdade para poder ir para casa quando quiser usar o banheiro. (Foto: Paulo Francis)

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