Tattoo que duraria 5 sessões foi feita em 15 horas para fechar as costas

Trabalho que duraria, no mínimo, cinco sessões, foi feito em 15 horas pelas mãos dos tatuadores Kallel Silvestre, Patricia Ferreira, Bruno Boeno e Jacó. De Campo Grande, os profissionais receberam um cliente que veio do Estado de São Paulo, só para realizar o sonho de fechar as costas com a imagem de um personagem de videogame.

A tatuagem foi desenhada por Kallel, e retrata a imagem do Deus Caos, personagem do jogo de videogame ‘Hades’. Na imagem, o personagem aparece com uma lança cravada no peito, enquanto segura o Planeta Terra em processo de destruição. Outros detalhes da tatuagem são as várias cabeças que aparecem, além do rosto apático do Deus Caos, diante da tragédia.

Kallel detalha que, apesar de bastante colorida, a cor predominante utilizada na tatuagem foi preto. O profissional explica que a tinta preta destaca todas as outras cores, além de dar equilíbrio e profundidade no desenho.

“O preto é a coloração mais importante de uma tatuagem colorida, ele que dá esse contraste bem vivo para o colorido, traz contraste, efeito e durabilidade. Essa tatuagem ele nunca vai ter que retocar”, diz Kallel.

Outro detalhe, é a combinação de bold line (traços grossos) com traços mais finos. O trabalho foi desenvolvido por quatro profissionais que, por mais que utilizem a mesma técnica, possuem suas particularidades na hora de dar vida ao desenho.

“Quando você faz [o traço] com muita definição, você desfoca outras partes com traços mais largos, então usamos muito esse feito, tanto na mão, quanto no rosto e na lâmina da flecha. A gente brincou bastante com traços, tanto finos quanto grossos”.

O procedimento 

Kallel detalha que para realizar o trabalho, o cliente passou por uma sedação endovenosa, a mesma utilizada em pacientes submetidos ao exame de endoscopia. Durante o período de sedação, o tatuador comenta que o cliente dorme em sono profundo, mas ocorre de acordar algumas vezes para realizar necessidades básicas.

O trabalho foi feito no Hospital dos Olhos de Campo Grande, em uma sala separada exclusivamente para o uso dos tatuadores. No local, além dos quatro profissionais, também ficaram dois auxiliares, um médico anestesiologista e dois enfermeiros.

O motivo de fazer no hospital, e não no estúdio, é por conta da sedação, e por ser um trabalho de longas horas seguidas. Para garantir que ocorra tudo bem, Kallel destaca que o cliente também passa por uma bateria de exames e consultas, pelo menos um mês antes do dia de fazer a tatuagem.

“Se deixasse, a gente ainda tatuava mais. A gente vai conversando e nem vê o tempo passar, É cansativo, mas muito legal”, finaliza Kallel.

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