Tom parou de se esconder e virou influencer PcD que fala de tudo
Diagnosticado com distrofia muscular, ele usa a internet para mostrar a rotina e falar com o público
Os dias reclusos no quarto para não ouvir comentários maldosos sobre a distrofia muscular que tem desde a infância chegaram ao fim para Tom Chapman, de 28 anos. Nascido em Coxim, ele usa as redes sociais para falar sobre o diagnóstico, mostrar o cotidiano e interagir com o público. Tom deixou de se esconder e virou influencer PcD (Pessoa com Deficiência) com mais de 60 mil seguidores no Instagram.
O lado influencer surgiu no começo desse ano com conteúdo no estilo vlog. Apaixonado por audiovisual desde a adolescência, ele conta que sempre gravou conteúdo para internet antes de chamar atenção com o novo formato.
“Eu gravo vídeos desde 2012 porque sempre quis fazer parte da mídia, mas conforme a distrofia foi se agravando fui me adaptando. Meu canal já foi de tudo, pegadinhas, notícias, games, trollagens. Só agora contando a minha história que tive visualização”, afirma.
Veja o vídeo:
Os vídeos mais recentes trazem algumas caixinhas de perguntas enviadas pelos seguidores. Algumas das perguntas são direcionadas à rotina de Tom, que alterna em responder sentado olhando direto para câmera ou mostrando, por exemplo, como faz comida ou limpa a casa.
Além dessas caixinhas, ele também interage com o público nos comentários. Ainda nos comentários, pessoas elogiam o humor, a naturalidade, a força do influencer e os vídeos.
A maior parte das interações são positivas e quando são feitos comentários negativos ele garante não ligar. “Por mais que tenham muitas pessoas que querem seu bem ainda há brincadeiras de mau gosto, mas eu vou ignorando”, comenta.
Veja o vídeo:
O alcance na internet fez Tom conhecer outras pessoas que têm o diagnóstico de distrofia. Antes disso, ele nunca tinha conhecido alguém que pudesse ter a mesma vivência ao ponto de entender na pele como é viver com o diagnóstico.
“Tem bastante gente de fora, pessoas de outros países entraram em contato comigo. Por um lado é um alívio, mas por outro sei que é difícil porque são pessoas que passaram ou passam pelo mesmo”, fala.
Hoje, ele tem uma visão diferente com o próprio diagnóstico e a forma como se enxerga. Tom não aceitava e relata que passou por momentos difíceis. “Ficava em casa, não queria sair, porque as pessoas zombavam de mim, minha mãe sempre perguntava se isso acontecia na escola, rua e eu falava que não porque era difícil para uma mãe saber que o filho ouvia piadas”, fala.
Natural de Coxim, ele se mudou para Campo Grande com a mãe há cinco anos. A mudança foi para facilitar o acompanhamento médico e outras demandas relacionadas à saúde. Apesar da distrofia muscular ter dado os primeiros sinais na infância, ele só recebeu o diagnóstico anos mais tarde.
“Já nasci com a genética da distrofia, começava a cair sozinho, ter fraqueza. Minha mãe me levava ao médico e nenhum deles sabia o que estava acontecendo. Com 18 anos um pediatra só olhou pra mim e falou que era distrofia muscular”, conta.
Agora, Tom segue se dedicando aos vídeos, ao audiovisual que é uma paixão antiga e à carreira de influencer. Quem quiser acompanhar, o perfil no Instagram é @oplaytom
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