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Comportamento

Torres amava plantas e assobio é lembrança que nem o tempo apaga

Jornalista fala sobre o padrasto que a criou e partiu em 2014, aos 56 anos

Por Jéssica Fernandes | 14/03/2024 07:42
Sebastião Torres na sacada de casa no ano de 2001. (Foto: Arquivo pessoal)
Sebastião Torres na sacada de casa no ano de 2001. (Foto: Arquivo pessoal)

A foto de 2001 mostra Sebastião Torres na sacada fazendo o que mais gostava: cuidar das plantas de casa. O registro é uma das lembranças palpáveis que ficaram do homem que partiu em 2014, aos 56 anos.

O ‘#TBT’ de hoje é sobre o único padrasto que Camila Mortari teve nesses 32 anos de vida. Para além desse papel, ele foi o segundo pai que criou a jornalista da infância à fase adulta. Apesar da seriedade que aparentava, Torres tinha particularidades que só o convívio dentro de casa permitiam ver.

Na época da foto, a família morava no Bairro São Lourenço e a sacada era um dos locais prediletos dele. A jornalista conta que era ali que ele ficava aproveitando o final de tarde após o dia de trabalho.

“Ele amava plantas e na sacada tinha algumas. Essa foto foi na sacada, ele estava passando pano depois de regar as plantas e fazia tudo isso assobiando. Era muito organizado com tudo”, diz.

O amor por plantas foi algo que Torres passou para a jornalista, que faz questão de ter algumas em casa. Apesar da partida relativamente cedo, ele se faz presente nesses pequenos detalhes do cotidiano e entre uma lembrança e outra.

“Ele era calado e nossa amizade só foi de fato ganhar mais palavras, quando ele se separou da minha mãe. Uma vez, eu não me esqueço, estava num bar de samba e mandei mensagem dizendo que ele iria gostar do local. Em pouco tempo, ele apareceu pra tomar cerveja comigo e uns amigos”, recorda Camila.

Os assobios e idas ao bar cessaram para Torres em 2014. Em casa, ele faleceu no sofá no dia do jogo entre Brasil e Alemanha, mas horas antes da partida começar. Nos últimos três anos, o luto foi perdendo lugar na vida da jornalista que de vez em quando sonha com o padrasto.

“Quando penso no Torres sei que ele está bem, principalmente, nos sonhos que tenho ao vê-lo feliz. Hoje, sei que também fiz o melhor que pude naquela época. [...] Hoje quando eu escuto um assobio só torço pra que o Torres ainda assobie por onde estiver”, conclui.

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