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Comportamento

Varanda de casa virou escola e Ivone quer transformar vidas através da música

Ela é musicista e, por meio de pedidos, abriu o lar para ensinar de crianças à adultos a tocarem instrumentos musicais

Alana Portela | 29/02/2020 07:21
Os alunos ensaiando na varanda da casa da professora. (Foto: Arquivo pessoal)
Os alunos ensaiando na varanda da casa da professora. (Foto: Arquivo pessoal)

O que começou para ajudar um sobrinho ganhou proporção e Ivone Pereira fez a varanda de casa virar a Escola de Música Sol do Pantanal. O espaço fica no bairro Taveirópolis, onde vem atendendo crianças e adultos que desejam aprender a tocar instrumentos de cordas, teclas e até metal. Agora, a proposta além de ensinar também é transformar vidas através da música.

“Vejo o bem que faz para as famílias. Os alunos mudam, melhoram o comportamento, ficam mais tranquilos e ver essa transformação me motiva. Ver eles apresentando bons resultados é gratificante”, destaca Ivone.

Aos 44 anos, ela se formou em Música em 2011 e veio de São Paulo para viver em Campo Grande. De início, a ideia era não trabalhar com música, mas durante as congregações na igreja, foram surgindo pessoas com necessidades de tocar, em 2017. “Apareceram pessoas com problemas emocionais, depressivas e foi tomando uma proporção que não esperava”, conta.

Felipe Bertolazo tocando violino e Gabriel Cabral no violoncelo. (Foto: Arquivo pessoal)
Felipe Bertolazo tocando violino e Gabriel Cabral no violoncelo. (Foto: Arquivo pessoal)

“Comecei na varanda de casa que alugo. Logo surgiu outras pessoas pedindo ajuda e fui atendendo. Cobrava a aula particular de quem podia pagar e os não que tinham condições, ensinava mesmo assim”, lembra.

Logo a casa encheu e a maioria, de alunos que não tinham condições de pagar a mensalidade para a professora. “Veio até uma senhora da igreja que estava com ansiedade para melhorar, pois têm adultos que precisam de algo para ocupar a mente e quero usar a música como auxilio no tratamento a depressão, controle de ansiedade, do pânico porque depois que se envolve com a música, ela te dispersa”.

Apesar da iniciativa de ajudar, a professora não tinha condições de atender muitas pessoas e o pouco que ganhava com as aulas, usava para pagar as despesas do local. Contudo, neste ano, resolveu ampliar o projeto e agora conta com a ajuda da família que também tem talento na música para melhorar a proposta e atender mais gente. "Meu esposo entrou com as partes dos metais, meu sobrinho das cordas e eu dos teclados", diz. 

“Esse ano resolvi abrir as portas para mais pessoas. Vamos trabalhar com grupo kids, de alunos com 1 a 5 anos. A turma tem 15 crianças e dessas, duas têm síndrome de Down. Vamos traçar o perfil de cada um para ver o funcionamento, fala, coordenação motora”, afirma Ivone.

Ela montou ainda um grupo de flauta para todos, mas o foco é ter uma turma de flauta só para mulheres. “É um instrumento de valor acessível, cabe na bolsa e vamos também para os cadeirantes, por conta dessa facilidade de transporte”, explica.

Sala onde acontecem as aulas teóricas. (Foto: Arquivo pessoal)
Sala onde acontecem as aulas teóricas. (Foto: Arquivo pessoal)
Os estudantes da turma de corda e metal ensaiando juntos. (Foto: Arquivo pessoal)
Os estudantes da turma de corda e metal ensaiando juntos. (Foto: Arquivo pessoal)

Cada aluno precisa levar seu próprio instrumento para participar das aulas que acontecem de manhã, tarde e noite. O ensaio geral é realizado com todos, na quarta-feira à noite, onde a professora avalia o desempenho dos estudantes.

Além disso, tem o grupo do saxofone, de teclas como piano e teclado, flauta doce e transversal, de tubos como trompete e trombone, e cordas como violão, violino, violoncelo. A todas as turmas estão se preparando para tocarem no dia 4 de março, no quintal da casa da professora, como uma grande banda.

Para este ano, ela conseguiu a ajuda de um professor para dar aula particular de violão aos sábados de manhã. As vagas ainda não foram preenchidas e o valor do curso é R$ 100,00 por pessoa.

Falando em vagas, ainda tem espaço para quem quiser aprender a tocar flauta no turno da noite. Por ser uma escola voluntária, Ivone pede doações daqueles que têm instrumentos que não usam ou que estejam com defeitos. Todo tipo de ajuda é bem-vinda e a professora agradece.

Mais informações pelo contato da Escola de Música Sol do Pantanal (67) 9 9911-8827. 

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É na sombra da varanda que começam os testes de música, (Foto: Arquivo pessoal)
É na sombra da varanda que começam os testes de música, (Foto: Arquivo pessoal)
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