Vida com chuveiro elétrico é certeza de guerra contra o disjuntor em dia frio
Deixar chuveiro quente no inverno é como segredo de cofre, virou um pouco mais, a água esfria, isso se não desarmar o disjuntor
É na lavagem do cabelo ou corpo ensaboado que o chuveiro costuma “cair”. Em dias frios, a queda da resistência é um pesadelo até para quem ama o inverno. Quem nunca ficou horas medindo milimetricamente a abertura do chuveiro até o nível da água ficar bem fraquinho a gente atingir o o máximo da temperatura? O Lado B foi às ruas, encontrou muitos perrengues semelhantes, e também falou com especialista no assunto.
Se tem uma coisa que une a galera são os probleminhas com a fiação. Para fugir do sufoco, há várias dicas que vão do banho de caneca ao famoso "banho de gato", aquele bem superficial.
Quem nunca passou pela situação do vídeo?
O atendente de call center Rodrigo Arce, de 20 anos, já desistiu de competir com a resistência. Se o frio está muito rigoroso opta por esquentar a água. “No frio a água nem esquenta, mesmo, então é melhor esquentar no fogão”, pontua.
O venezuelano Geraldo José Chaparro, de 21 anos, não é muito chegado no frio. Ele está de passagem por Campo Grande, mas pegou um pedacinho do clima gelado.
“É claro, que os frios da Venezuela são mais intensos. Mas essa do chuveiro me deixar no gelado já aconteceu duas vezes aqui. Fica frio demais”, lembra.
O aposentado José Taira, de 69 anos, nasceu aqui, mas viajou muito pelo Exército e já viu frio pior e mais extenso que o daqui. “Eu nem me lembro de uma situação com o chuveiro. Talvez a memória esteja falhando. Mas o frio daqui é curto, nem dá tempo da resistência cair”, frisa.
A vendedora Gilmara França, de 35 anos, conta que a situação já foi pior na sua casa: o fio pegou fogo. “Lá em casa é muita gente para tomar banho de uma vez. São 4 adultos e 2 crianças. Às vezes cai a fase, mas também pega fogo. Geralmente, eu tomo banho quente até no calor, mas o problema aumenta no frio”, conta.
Fiação ou o chuveiro? À reportagem, o engenheiro eletricista Alexandre Karian Correa explica que a “queda” do disjuntor pode ser um problema isolado ou conjuntural. De qualquer forma, o desarme acontece para proteger a fiação do imóvel.
“Em geral, o problema está no dimensionamento do disjuntor e da fiação que está errada. Isso faz com que ele desarme atuando para proteger a fiação e a vida humana”, pontua Alexandre.
Enquanto o pessoal reclama de ter o banho interrompido, o engenheiro ressalta que todos deveriam agradecer o “alerta”.
“Esse é o objetivo do disjuntor: proteger uma sobrecarga. Tem gente que reclama que ele fica caindo, mas é melhor que ele desarme e impeça um superaquecimento, já que o curto-circuito é uma das maiores causas de incêndios residenciais”, explica.
Agora quem mora na casa de Dirce das Dores Celestino Gomes, 62 anos, vai passar aperto durante a frente fria. Para pôr fim às quedas do disjuntor, ela desligou totalmente a função de água quente. Agora ou enfrenta o gelo ou esquenta água na panela.
“Lá em casa o chuveiro agora está gelado e é o jeito. Lá cai muito a fase. Quem quiser tomar banho é no gelado”, frisa.
Um truque, normalmente, usado pela população é a pequena abertura da torneira do chuveiro. Às vezes, o disjuntor não desarma, mas o escurecimento na luz da lâmpada é rapidamente percebido.
“Isso se chama queda de tensão. Toda vez que você exige muito da instalação a tendência é a queda. Por exemplo, com o chuveiro, que é um dos maiores consumidores de energia. Isso está ligado a uma grande carga ou a uma fiação muito fina. Quando a fiação está mal dimensionada a queda da luz é mais acentuada, se a sua instalação está bem dimensionada o problema também pode ocorrer, mas o efeito é atenuado”, explica.