Vindos da França e Itália, barcos ligam Corumbá a famosos da história
Fernandes Vieira foi construído em 1867, Etrúria transportou Roquette-Pinto e Guaporé levou Lévi-Strauss
Integrando uma narrativa que corre o Rio Paraguai, Luiz Alfredo Marques Magalhães mostra como as embarcações integram as memórias afetivas de Corumbá. Citando três exemplos, ele conecta a Cidade Branca a personagens como Roquette-Pinto e Lévi-Strauss.
Para o autor, alguns exemplos fazem grande diferença na história regional, sendo eles o Fernandes Vieira, Etrúria e o Guaporé.
No livro, Magalhães conta um pouco sobre cada uma das três embarcações e contextualiza o cenário. Começando pelo Fernandes Vieira, construído em 1867, foi trazido de Toulon, na França. Por ser uma “canhoneira”, ou seja, armada com canhões, foi utilizada na guerra com o Paraguai.
Já em 1910, o barco foi comprado e adaptado para receber passageiros. Naquela época, fazia o percurso entre Porto Esperança, Corumbá e Cáceres.
“Com o Fernandes Vieira, lendária nave corumbaense, essa emoção parece sintonizada perpetuamente no tempo. Competentes contadores de história - como Augusto Proença e Abílio de Barros - são volta e meia ‘assaltados’ pelo Fernandes Vieira, numa imaginária curva do rio Paraguay”.
A segunda embarcação se conecta com personagens históricos como o professor, antropólogo e ensaísta Roquette-Pinto, considerado o pai da radiodifusão brasileira. De acordo com Magalhães, ele foi transportado em 1917.
Construído em Gênova, na Itália, em 1890, o Etrúria conseguia levar vinte passageiros a cada viagem. “Seu primeiro dono foi o comerciante italiano Geasone Rebuá, radicado em Corumbá”.
Em 1898, foi vendido para a firma José Dulce e Companhia, de São Luiz de Cáceres, proprietária de uma casa comercial famosa na cidade.
Já como terceiro exemplo, o autor conta sobre o barco Guaporé que fez o transporte do antropólogo francês, Lévi-Strauss, até Cuiabá.
“O vapor também penetrava pelos afluentes mais importantes do rio Paraguai; muitas vezes, quando aqueles rios secundários se achavam cheios, arremetia e entrava por tributários como o Nioaque - através do Miranda, para entregar mercadorias e passageiros em suas cidades”, completa o autor sobre o Guaporé.
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