Vlademir partiu, mas 'floresceu' como manacá na cidade que adotou
No final de semana, Cleide viajou de Cascavel à Capital para realizar último desejo do marido
Vlademir Alves Moreira Guedes sempre quis retornar a Campo Grande com a família. No dia 5 de maio, ele faleceu, aos 44 anos, e coube a esposa Cleide Pinheiro dos Santos, de 40 anos, realizar o último desejo. Na viagem que durou 12 horas, ela trouxe as cinzas do marido que foram enterradas e plantadas com um manacá da serra.
Desde 2007, ela e Vlademir eram casados e moravam em Cascavel (PR) com a filha de 14 anos. Ambos se conheceram na cidade, mas no começo a relação era somente de amizade.
Após 4 anos, Neide conta que o romance floresceu e ambos casaram. “Nos tornamos amigos e ele foi embora para Campo Grande, ele ficou quatro anos e quando ele voltou nós nos encontramos de novo e nos casamos”, diz.
Apesar de Vlademir não ter nascido em Mato Grosso do Sul, ele sempre gostou da Capital. “Ele gostava das pessoas, do clima, ele dizia que era a cidade da vida dele. Ele falava que tudo lá era melhor que aqui”, conta.
Antes de ficar doente e falecer, Vlademir sempre deixou clara a vontade de voltar para a cidade. “Ele sempre disse que não queria ficar no Paraná e se chegasse dele falecer era pra enterrar ele aí”, afirma Cleide.
A saúde de Vlademir começou a se agravar em junho de 2022, porém ele conseguiu se recuperar e voltar para casa. Em janeiro deste ano a ida ao hospital foi sem volta. Nos últimos meses, Cleide esteve ao lado do marido, que chegou a ficar em coma.
Veja o vídeo:
Uma breve melhora fez Vlademir acordar e voltar a conversar com a esposa. “Ele estava com esperança de que fosse melhorar, ele tinha esperança de ficar bem e voltar para Campo Grande”, explica a esposa. Sobre a saúde, ela relata que o marido contraiu infecções e devido a imunidade não conseguiu combater.
“Ele já estava debilitado desde o começo do ano, ele estava internado com meningite e acabou tendo outras infecções no hospital. Ele era transplantado e por causa do transplante ficava muito fraco. Qualquer infecção era perigosa e ele acabou não suportando”, lamenta.
No último final de semana, Cleide e a filha fizeram a viagem para cumprir com o desejo dele. A despedida contou com a participação de amigos que a ajudaram a enterrar as cinzas e plantar a muda numa área verde da cidade.
A opção de plantar as cinzas surgiu após diversas pesquisas feitas pela viúva. "Eu pesquisei bastante forma de fazer a dispersão das cinzas. Pensei em jogar no rio, depois pensei em soltar em balões e por final acabou sendo a árvore a escolhida. Pela cremação não ser com coisas tóxicas é uma coisa que não é prejudicial pro solo", afirma.
A despedida, conforme ela, é mais uma no ciclo que faz parte no luto. “É mais uma etapa que eu precisava fechar porque eu sabia do desejo dele, então eu sentia que precisava fazer isso. Ainda não está sendo fácil, tem dias que você está bem e outros não, é um processo”, conclui.
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