Wagner não resistiu ao câncer, mas tatuagem guarda amor de filho
Um ano após o pai falecer, Cristiano homenageou o homem que sempre viu como 'herói sem capa'
Cristiano Ferreira, de 41 anos, não tem palavras que definam a essência de quem foi e o que o pai continua representando na vida dele. Em novembro de 2021, Wagner de Melo Ferreira faleceu devido a complicações do câncer no esôfago, aos 62 anos.
Em dezembro, o gerente administrativo fez uma tatuagem em homenagem ao homem que deixou saudade. O retrato dos pais inspirou o tatuador Kallel Henrique a criar o desenho que ficou registrado no bíceps esquerdo de Cristiano.
A homenagem, conforme Cristiano, não foi planejada e ocorreu naturalmente. “Na hora tirei do celular uma foto que gosto muito dos meus pais juntos. Uma foto que não era nem tão nítida, por isso, falo que o tatuador faz muita diferença. O Kallel transformou, é perfeita, idêntica”, afirma.
Veja o vídeo:
Apesar da tatuagem ter sido feita numa região não tão evidente, o retrato chama atenção das pessoas. “Onde fiz a tatuagem é um lugar muito discreto. As pessoas enxergam o lobo, a lua, mas não enxergam meus pais. Às vezes vou mexer no cabelo ou vou fazer um gesto as pessoas falam: ‘Deixa eu dar uma olhada’. As pessoas acham lindo demais”, ressalta.
Ao falar sobre o pai, o gerente abre o coração, revela lembranças marcantes e as principais virtudes do homem. “É até difícil falar do meu pai porque pra mim é minha maior admiração, o famoso ditado: ‘Meu herói sem capa’. O meu pai foi oficial de Justiça por 40 anos, trabalhou no poder judiciário, aquele trabalhador que não faltou um dia sequer no trabalho”, conta.
Wagner, segundo o gerente, também era comprometido com o trabalho e após o expediente sempre chegava com os mesmos itens. “Eu lembro no início que ele cumpria mandato circular e todo dia levava o pão, presunto e queijo pra casa. Essa imagem que tenho do meu pai vai ficar comigo eternamente. É uma pessoa muito honesta, sistemática e muito correta, meu pai é tudo na minha vida”, diz.
Após o diagnóstico de câncer no esôfago, Wagner continuou encarando a vida com o mesmo humor, mas foi durante uma cirurgia que a trajetória dele chegou ao fim.
“Ele enfrentou a doença de peito aberto, sempre com sorriso no rosto e infelizmente na cirurgia Deus queria que fosse assim e acabou levando ele. Meu pai morreu com 62 anos e a única coisa que me arrependo é não ter feito essa homenagem em vida”, desabafa Cristiano.
Mesmo não conseguindo fazer a homenagem em vida, ele pode mostrar o resultado à mãe. “Quando fui visitar minha mãe no Natal foi onde mostrei a tatuagem. Ela gostou muito, se emocionou muito. Eu sou uma pessoa muito ligada à família e tenho um laço muito forte com minha mãe e meu pai”, conclui.
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