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Consumo

Além do Carnaval, purpurina vira preocupação até em evento fechado

Depois de preocupação com meio ambiente, material tem gerado incômodo por se acumular em móveis e estruturas

Aletheya Alves | 04/05/2022 07:11
Grupo Trinka utiliza purpurina em suas apresentações, mas reutiliza o material. (Foto: Divulgação)
Grupo Trinka utiliza purpurina em suas apresentações, mas reutiliza o material. (Foto: Divulgação)

Há alguns anos, o uso de purpurina durante o Carnaval entrou em discussão devido ao material se enquadrar como microplástico e ser poluente. Agora, em Campo Grande, o produto virou preocupação também em eventos por se acumular em móveis e estruturas.

Empresária, Mara Regina Marçal Vieira Ceolin, de 58 anos, conta que começou a pensar sobre os inconvenientes da purpurina nesse sentido há cerca de três anos, mas realmente passou a se atentar mais com o retorno dos eventos no “pós-pandemia”.

Proprietária do espaço de festas Casa Park, ela explica que começou a receber reclamações de suas equipes de manutenção e limpeza.

Agora, com o retorno das festas, as reclamações aumentaram por parte da equipe de limpeza, da manutenção do ar-condicionado e dos eletrônicos. Também notei que minhas cadeiras que possuem assento de palha e junco estão com a purpurina", diz.

Ela detalha que devido ao seu espaço preservar a natureza, as preocupações com o meio ambiente se uniram aos incômodos causados com acúmulo na estrutura e materiais do local. “Tive uma reclamação de DJ, que explicou que está afetando o equipamento eletrônico e a empresa que cuida do meu ar-condicionado também já falou sobre isso.”

Espaço Casa Park está reavaliando uso do material por se preocupar com preservação da natureza. (Foto: Divulgação)
Espaço Casa Park está reavaliando uso do material por se preocupar com preservação da natureza. (Foto: Divulgação)

De acordo com Mara, os eventos que costumam usar o material são, principalmente, festas de casamento. E buscando soluções, a empresária entrou em contato com uma engenheira ambiental e passou a pesquisar mais sobre a utilização da purpurina.

“Com o tempo, começamos a colocar lonas no chão para solucionar algumas reclamações. Através de pesquisas e conversas, soube que pode ser substituído pelo pó de mica, gelatina vegetal de ágar ágar e purpurina ecológica de sal”, detalha.

Cerimonialista, Daiane Barreto, de 35 anos, narra que a purpurina continua tendo uma aceitação grande no mercado de noivas, mas que é necessário pensar sobre substitutos. Ela conta que o material não costuma ser solicitado pelos noivos, mas vem como parte das festas em conjunto com as atrações musicais.

Na Capital, um dos grupos que usa a purpurina em suas apresentações é o projeto Trinka. Músico e integrante do grupo, Chicão Castro explica que devido às preocupações com o meio ambiente em conjunto ao alto valor do produto, alguns ajustes foram adotados para prevenir incômodos e problemas.

Nós usamos a purpurina nos eventos, mas usamos uma lona para recolher tudo o que usamos. É importante que a gente recicle, então, o material dura muito porque vamos reciclando", explica.

No fim, por ainda estar em discussão, as soluções mais comuns são as apresentadas pelos entrevistados, como proteger os espaços e optar por substitutos.

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