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Consumo

App ‘salva’ comida que ia para o lixo dando descontão para cliente

Em Campo Grande há menos de um mês, aplicativo reúne desde supermercado até padarias com sacolas 'supresa'

Por Aletheya Alves | 24/05/2024 06:42
Nutricionista da Pão e Tal montando as sacolas. (Foto: Paulo Francis)
Nutricionista da Pão e Tal montando as sacolas. (Foto: Paulo Francis)

Se o bolo acabou ficando fora do padrão e os alimentos já estão próximos do vencimento, seu destino final acaba sendo o lixo em padarias, lanchonetes e mercados mesmo sem estarem estragados. Para evitar o desperdício, um aplicativo nacional chegou a Campo Grande para fazer com que esses alimentos sejam “salvos” fazendo com que os clientes paguem apenas 1/3 do valor.

Representante da Food to Save em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, Valmir Moura Júnior explica que a empresa responsável pelo aplicativo foca em alimentos que estão perfeitos para consumo, mas que seriam descartados por inúmeros motivos.

“Eles só não estão fresquinhos, produzidos agora, mas são totalmente aptos para a gente consumir. Os estabelecimentos têm um padrão de qualidade e quando os alimentos começam a sair fora disso, com o tempo de exposição, por exemplo, eles são descartados”.

Hoje, cerca de 25 estabelecimentos já integram a plataforma, mas todos seguem se adaptando às demandas e alguns ainda não disponibilizaram as sacolas que reúnem alimentos variados. Em resumo, há três tipos de sacolas: salgadas, doces e mistas, sendo todas com itens “surpresa”.

Na padaria, os alimentos incluem sanduíches, bolos e biscoitos, por exemplo. (Foto: Paulo Francis)
Na padaria, os alimentos incluem sanduíches, bolos e biscoitos, por exemplo. (Foto: Paulo Francis)
Todos os itens são calculados seguindo o preço padrão e o desconto é aplicado no app. (Foto: Paulo Francis)
Todos os itens são calculados seguindo o preço padrão e o desconto é aplicado no app. (Foto: Paulo Francis)

Isso porque, segundo Valmir, é necessário ter uma estratégia. “Caso a pessoa soubesse exatamente o que está na sacola, ela iria direto comprar ali ao invés de ir até a padaria pegar o que está fresco e esse não é o objetivo. Nós queremos que a pessoa continue comprando o alimento fresco e que aqueles que seriam desperdiçados também retornem à disponibilidade”.

Detalhando sobre o caminho dos alimentos até chegarem ao cliente, o representante da empresa explica que os estabelecimentos participantes recebem um treinamento para entender o que se encaixa ou não para a produção das sacolas.

Valmir relata que a lógica principal apresentada aos participantes é de que eles tenham empatia.

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Os alimentos são para consumo imediato e as pessoas podem retirar as sacolas até o fim do dia após a compra. Então, se o alimento não consegue ser conservado até esse horário, não faz sentido. A gente não quer que envie alimento estragado ou que seja ruim, por isso a empatia, explica o representante.

sacolas que somam, em geral, R$ 45, R$ 60 e R$ 90. “Eles fazem a conta normalmente, sem incluir o desconto e é o próprio aplicativo que gera a diferença de valor. O cliente vai pagar cerca de 1/3 do que pagaria, então ao invés de R$ 45, ele paga 15,99, ao invés de R$ 60, sai por R$ 20,99”.

No fim das contas, é realmente o valor com desconto que segue para a empresa e para a Food to Save. “Nós sempre explicamos que o objetivo não é lucrar com esses alimentos porque estamos falando de algo que seria desperdiçado, que seria descartado. Então, as empresas saem ganhando de toda forma porque geram esse valor a mais, assim como o cliente também ganha com o valor mais baixo e o planeta agradece”.

Até o dia 23 deste mês, a padaria criou mais de 270 sacolas. (Foto: Paulo Francis)
Até o dia 23 deste mês, a padaria criou mais de 270 sacolas. (Foto: Paulo Francis)
Aplicativo da Food to Save já está disponível. (Foto: Paulo Francis)
Aplicativo da Food to Save já está disponível. (Foto: Paulo Francis)

Por enquanto, a dinâmica tem sido bastante rápida, já que a demanda está maior do que a oferta. Mas, segundo Valmir, logo esse cenário deve mudar.

“As empresas estão sendo cadastradas aos poucos e as sacolas são vendidas rapidamente, mas logo logo as pessoas vão poder comprar e retirar os pedidos com mais calma. Esse é o objetivo”, completa o representante.

Integrando a lista de cadastrados, as unidades da Pão e Tal começaram a vender as sacolas há cerca de três semanas. Nutricionistas da empresa, Silmara Vasconcelos e Bruna Domingues explicam que por ali, os clientes recebem desde produtos feitos na padaria até itens industrializados.

“Nós avaliamos cada um dos itens que serão enviados, então não há nada estragado ou vencido, por exemplo. A maioria dos alimentos que enviamos são de panificação e após algumas horas nas gôndolas, seriam retirados dali de toda forma. Então, são itens produzidos no dia, em sua maioria”, diz Silmara.

Exemplificando, ela relata que parte dos alimentos são feitos pela madrugada e permanecem disponíveis aos clientes das lojas até 13h. Após esse horário, uma nova leva de alimentos é inserida e os “antigos” é que vão para as sacolas da Food to Save.

Há também produtos que visivelmente não se encaixam no padrão de exposição da padaria porque, por exemplo, ficaram tortos ou passaram da coloração desejada, mas seguem ideais para consumo.

Na Pão e Tal, as sacolas são montadas pela manhã e pela tarde seguindo essa lógica.

Como comprar?

Na loja de aplicativos de seu smartphone, procure por “Food to Save” e, após baixar o programa, é necessário criar um cadastro. Com essa etapa feita, é só ficar de olho nos estabelecimentos e aguardar que as sacolas sejam disponibilizadas.

A dica de Valmir é favoritar seus locais favoritos para receber alertas quando as sacolas forem disponibilizadas. O pagamento é feito na própria plataforma e a retirada deve ser feita na loja.

“Nós não temos entrega porque também acreditamos ser importante que as pessoas continuem indo aos espaços. E é assim que elas podem conhecer o local em que estão comprando, é bom para todos”, diz o representante da Food to Save.

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