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Consumo

Árvores dão trabalhão, mas dona não derruba e distribuiu fruta de graça

Agora, por exemplo, a temporada é de mangas e a família compartilha fruta com sacolinhas na frente de casa

Ângela Kempfer | 27/12/2022 06:38
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Mangas ficam na porta da casa, ainda com sacolinhas. (Foto: Reprodução)
Mangas ficam na porta da casa, ainda com sacolinhas. (Foto: Reprodução)

Todo o ano, a temporada de mangas faz a festa dos vizinhos de Marinalva Teixeira, de 52 anos. As duas mangueiras do quintal lotam e não há quem dê conta de tanta fruta. Por isso, as mangas do tipo “coração” vão para a porta da casa da família, no centro de Bonito. E a organização é caprichada, com sacolinhas e tudo ao lado, para qualquer um que passar pegar o quanto quiser. “Às vezes não sobra nada, em outras ficam só as murchinhas”, revela.

Houve tempo em que as três netinhas entravam na “brincadeira” com a avó. Enchiam sacolinhas de manga coração e saiam pelo bairro entregando de porta em porta. “Era uma farra, quem recebia ficava superfeliz”, lembra a avó.

Em 2022, a colheita deve durar menos, no máximo, 1 mês e meio. O resto do ano, fica a sombra. Mas também chegam as temporadas de acerola, maracujá e goiaba, para economizar na frutaria. “Hoje tá tudo muito caro. A nossa vem do pé. Além da manga, também sobra maracujá pra compartilhar com os outros”, diz Marinalva, que trabalha como diretora de escola pública na cidade.

Marinalva no pé de goiaba do quintal. (Foto: Reprodução Favebook)
Marinalva no pé de goiaba do quintal. (Foto: Reprodução Favebook)

As árvores soltam folhas, tem fruta que cai e apodrece, todos os dias é preciso colher, mas o detalhe dessa história é que, apesar do trabalhão que o verde espalhado pelo terreno gera, a dona do lugar não abre mão de nenhum pé plantado ali. “Agora, por exemplo, tô aqui falando com você, sob uma das árvores”, conta.

Há 29 anos Marinalva vive no mesmo endereço. Primeiro, ela e o esposo compraram o terreno, depois foram construindo aos poucos, mas preservando o verde onde os dois filhos cresceram.

Um dia, o casal até pensou em aumentar o imóvel, com novo prédio nos fundos do terreno de 50X30, mas depois de perceber que ia ter de derrubar algumas árvores, preferiu o que dá mais trabalho. “A gente desistiu, nada substitui o conforto desse verde”, justifica.

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