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Consumo

Bar com controle no guardanapo mostra que digital nem faz falta

De esquema com garrafas até fichas, sistemas para controlar pedidos manualmente resistem

Aletheya Alves | 07/04/2022 09:54
Sistema para controle de bebidas consumidas é variado em locais que não usam novas tecnologias. (Foto: Lucimar Couto)
Sistema para controle de bebidas consumidas é variado em locais que não usam novas tecnologias. (Foto: Lucimar Couto)

Enquanto o cardápio foi parar no QR-code em bares e restaurantes, quem resiste no cenário campo-grandense há anos mostra que muito sistema antigo acaba ganhando até como atrativo extra. Das tradicionais fichas até controle na base da garrafa e guardanapos, a tradição comprova que lidar com cliente vai além de oferecer tecnologia de ponta.

Há 69 anos na ativa, o Bar do Zé, localizado na Rua Barão do Rio Branco, é um dos locais que continua com o primeiro sistema adotado e não há previsão de mudanças. Ali, todos os pedidos, desde bebidas até alimentos, são anotados no papel.

Bar do Zé é um dos locais que continuam usando controles tradicionais. (Foto: Aletheya Alves)
Bar do Zé é um dos locais que continuam usando controles tradicionais. (Foto: Aletheya Alves)

Filho do criador e atual responsável, Márcio Okama, de 56 anos, conta que nunca teve problemas com o controle, até por levar em conta a confiança compartilhada com os clientes. “A maior parte do nosso público é antigo, então todos sabem como funciona. Por isso, a gente até costuma ir deixando as garrafas nas mesas e aí fica mais fácil de comprovar”, explica.

Comanda impressa é utilizada desde que o Bar do Zé foi criado. (Foto: Aletheya Alves)
Comanda impressa é utilizada desde que o Bar do Zé foi criado. (Foto: Aletheya Alves)

Em um dos bares mais undergrounds da cidade, quem compra cerveja não precisa nem chegar perto de tablets ou menus digitais. No Aguena Bar, que fica na Rua Aquidauana, a maior novidade foi transformar as comandas de papel em fichas.

Antes do novo sistema, quem ia até o local fazia o controle do consumo de um jeito parecido com o Bar do Zé. As cervejas eram solicitadas no caixa e, conforme novas seguiam sendo compradas, os cascos continuavam ao lado das mesas.

Para facilitar a vida dos garçons e também não ouvir contestação da clientela, as fichas ganharam espaço e, agora, é possível não só ter o controle em tempo real, como levar a garantia das cervejas para casa e usar em outros dias.

Cascos de bebidas recebem guardanapo com número das mesas. (Foto: Lucimar Couto)
Cascos de bebidas recebem guardanapo com número das mesas. (Foto: Lucimar Couto)

Diferentão à moda antiga

Uma das maneiras mais diferentes entre os sistemas que passam longe dos tecnológicos, é o do Vitorino’s Bar e Restaurante, na Rua Jornalista Belizário Lima. Aos 72 anos, o proprietário, Vitorino Fonseca, conta que até chegou a testar inovações digitais por ali, mas percebeu que não estava dando certo e decidiu retornar às técnicas antigas.

Criado por ele mesmo, o sistema para controlar o consumo de cervejas é feito na base de identificação com guardanapos. Assim que o cliente pede pelas bebidas, recebe uma comanda e, conforme os cascos vão sendo substituídos, os antigos recebem uma marcação em papel.

Cada garrafa vazia é deixada ao lado das mesas ou levada para o balcão do bar, marcada com o número da mesa. Ao fim do consumo, tudo pode ser conferido manualmente e não resta dúvidas sobre a quantidade de bebidas compradas.

Vitorino conta que "há cerca de dois meses, tentei implementar a solicitação de pedidos através de garçons com sistema em celulares, mas a rotina acabou ficando mais lenta e também confusa".

Ainda de acordo com o proprietário, a tradição do espaço fez com que o antigo sistema prevalecesse. "Aqui é uma casa tradicional, a clientela já é antiga e a gente tem a confiabilidade do cliente e eles confiam na gente. Os garçons levam a bebida e depois, deixam ao lado da mesa ou trazem para o balcão. É um controle rústico, mas que funciona".

Por isso, as comandas voltaram, assim como os números em guardanapos nas garrafas.

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