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Consumo

Bijuterias de papel nasceram em Recife e mudam vida de Kátia em MS

Kátia trabalhou com artesanato por anos no Pernambuco e retomou técnica após perder o marido para a covid-19

Aletheya Alves | 06/12/2022 07:01
Kátia retomou técnicas que aprendeu em Recife e trouxe peças para Mato Grosso do Sul. (Foto: Paulo Francis)
Kátia retomou técnicas que aprendeu em Recife e trouxe peças para Mato Grosso do Sul. (Foto: Paulo Francis)

Artesanatos feitos com papel machê não são difíceis de encontrar, mas produtos para usar como bijuterias chamam atenção. Unindo o fator de novidade com a necessidade de retomar o ritmo da vida após perder seu marido e reencontrar as felicidades do cotidiano, Kátia Fraga retomou a técnica aprendida em Recife e trouxe as peças para Campo Grande.

No ano passado, coletar jornais e papéis variados voltou a integrar os afazeres de Kátia, que havia deixado o artesanato de lado por um bom tempo. Desde então, pulseiras e colares feitos de papel machê têm sido produzidos com as cores que ela estava precisando.

Sem local físico para realizar as vendas, até o modo de comercializar as peças voltou a ser como ocorria no passado. Além das pulseiras e colares, ela explica que os clientes passaram a pedir brincos e aos poucos o catálogo vai aumentando.

Bijuterias são feitas cheias de cores e com desenhos intencionalmente semelhantes aos infantis. (Foto: Paulo Francis)
Bijuterias são feitas cheias de cores e com desenhos intencionalmente semelhantes aos infantis. (Foto: Paulo Francis)
Pulseiras também são produzidas por Kátia. (Foto: Paulo Francis)
Pulseiras também são produzidas por Kátia. (Foto: Paulo Francis)

Hoje, cada peça já passa pelas técnicas criadas por Kátia e, por isso, até resistência à água elas possuem. “Quando comecei a fazer era na praia e lá já dava certo. Hoje eu passo um verniz que resiste ao suor da pessoa, assim como um relógio que não é à prova d’água. Elas também resistem a uma chuva fraca, mas você precisa colocar no sol para secar”.

Caso as peças fiquem úmidas, a indicação é que as bijuterias fiquem ao sol ou que sejam retornadas para Kátia fazer a manutenção. Sobre os preços, colares simples custam R$ 25 e outros mais completos chegam a R$ 45 em média.

Explicando melhor sobre sua história com o artesanato, Kátia detalha que tudo começou por gostar de artes.

“Eu sempre gostei muito de artesanato e quando era pequena fui embora para o Recife. Lá tem uma feira muito famosa chamada Feira do Bom Jesus, e olhando aquela movimentação resolvi colocar minhas bijuterias para vender”, explica Kátia.

Itens têm sido vendidos em feiras culturais e através das redes sociais. (Foto: Paulo Francis)
Itens têm sido vendidos em feiras culturais e através das redes sociais. (Foto: Paulo Francis)

Na época, as bijuterias eram tradicionais com contas e conchinhas, já que aquele modelo era o único que conhecia. “Um dia eu olhei de longe uma fila enorme e fui ver o que era. Quando cheguei, era um casal de Minas Gerais e tudo o que eles faziam era de papel, fiquei louca com aquilo. Fiquei pensando que precisava mudar as minhas, fazer algo diferente também”.

Sem saber o que iria produzir, ela resolveu comprar uma pulseira do casal e, partindo dela, começou a ter suas próprias ideias. “Naquele tempo ainda não tinha todo esse conhecimento fácil no Google. Tentei fazer massas e mais massas com o papel, mas errei muito, mofou, aconteceu todas aquelas coisas que a gente precisa mesmo insistir”.

Depois de muita insistência, a massa deu certo e algumas peças passaram a nascer em conjunto. Por ainda não haver tanta técnica, Kátia começou a inserir as bijuterias aos poucos nas exposições em Recife.

“Um tempo depois, o casal foi embora e percebi que era meu momento de aproveitar. Fiquei por sete anos vendendo na feira, deu muito certo mesmo, conseguia vender tudo. Mas um tempo depois, em 2012, eu parei de fazer porque voltei para Campo Grande”, relembra a artesã.

Ainda com dificuldades para contar sobre a história com o marido, Kátia conta que retornou ao Mato Grosso do Sul para viver um sonho. Depois de um casamento e décadas tendo se passado, ela reencontrou um amigo de infância que nunca havia esquecido.

“Eu nunca esqueci o nome dele e um dia o procurei no Orkut, achei e começamos a conversar. Nós dois resolvemos ficar juntos e começamos a viver nossa história, viemos para Campo Grande onde tudo começou e se passaram dez anos até ele falecer”, detalha Kátia.

Devido à covid-19, o marido de Kátia não resistiu e, sem saber o que fazer, ela precisou recomeçar mais uma vez. E assim as bijuterias de papel saíram das memórias de Recife e se tornaram presentes em Campo Grande.

“Eu não fazia mais, mas comecei a pensar que precisaria fazer algo para não enlouquecer. Me lembrei que a coisa que eu mais gostava de fazer era o artesanato com as bijuterias, então comecei a fazer de novo aqui”, conta.

E, para conhecer melhor sobre o trabalho de Kátia é só acessar o perfil @dipapelbijus.

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