Boli mostra identidade com peças upcycle e coleção que reflete arte
Patrícia customiza roupas pela marca 'BoliBoli' que conta com linha reggae e expressionismo abstrato
Nascida numa família de costureiras, Patrícia Rodrigues, de 42 anos, cresceu entre retalhos e peças feitas pela mãe, avó e tia. Há duas décadas, a estilista criou a marca ‘BoliBoli’ que é um reflexo da própria identidade e leva o apelido que ganhou na adolescência. Seguindo o conceito 'upcycle', a arte educadora customiza e recria peças na linha editorial do reggae e expressionismo abstrato.
Antes de trabalhar profissionalmente com moda, Patrícia fala sobre a influência que a cerca desde que nasceu. Na infância, ela conta que costumava criar itens para si mesma.
“Eu sempre fiz minhas próprias coisas e cresci numa família onde as mulheres eram costureiras, minha mãe, vó e tia. Desde a infância tive essa familiaridade com o universo da costura e vinha criando meus próprios conceitos. Só pude ter consciência disso quando fui fazer a faculdade de artes”, afirma.
No curso que fazia, a estilista passou a vender algumas das peças que customizava. Ali iniciava o projeto que três anos depois se tornaria oficialmente a marca ‘BoliBoli’. Mas, antes de escolher o próprio apelido como símbolo das produções, ela expõe que as pessoas já reconheciam o que ela criava.
“Por volta dos 18 anos, quando fui fazer faculdade comecei a comercializar as primeiras camisetas que eu customizava. Quando criei essas camisetas fazia faculdade em Dourados e as pessoas identificavam: ‘Olha aquela peça da Boli”, recorda.
Conceito upcycle - A customização, que também está ligada a vertente sustentável da moda, é uma das facetas da marca que segue a proposta do upcycle.
Patrícia explica que sempre esteve envolvida no processo de reutilização criativa, mas que só na última década compreendeu isso. “A proposta é o upcycle, mas só fui ter consciência desse conceito de dez anos pra cá, porque eu sempre customizei coisas. Minha mãe fazia curso de corte e costura e eu acompanhava. Então, os retalhos que iam sobrando das modelagens eu ia ressignificando”, pontua.
Além dos retalhos que aproveitava quando criança, ela relembra que na fase adulta vivia ganhando itens para dar novo destino. “Eu tenho muitos amigos que foram identificando essa linguagem e me davam coisas: ‘Olha, Boli essa sacola de roupas de peças indianas que não uso mais, olha Boli tem essa cortina interessantíssima’. Eu ia ganhando essas coisas, customizando, ressignificando e criando coisas novas”, comenta.
Linha editorial - O resultado do processo de customização e criação podem ser conferidos em vestidos, macacões, capas, camisetas, regatas, saias, coletes, calças e por aí vai.
Atualmente, Patrícia trabalha com duas coleções. A primeira linha editorial, ela desenvolve há bastante tempo e a segunda é mais recente. A estilista detalha o conceito de ambas.
“Em 2012 criei uma coleção que é reggae. Há 10 anos venho reinventando essa linha editorial, tô sempre produzindo dentro dessa linguagem. Recentemente criei uma coleção que se chama expressionismo abstrato. É um conceito que busquei dentro das artes visuais, no movimento norte-americano. Criei uma coleção toda customizada, mas com uma linguagem nas pinturas que identifica o expressionismo abstrato”, fala.
Quem quiser conhecer o trabalho, o perfil no Instagram é @boliboli.com.br
Confira a galeria de imagens:
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