Com gasolina cara, jeito é agradar com café expresso, biscoito ou bombom
Concorrência não se mede só em cifras. Bom exemplo, em Campo Grande, são os postos de combustíveis, que oferecem de cafezinho a bombom como brinde para fidelizar clientes e, de quebra, “esconder” os preços que estão “pela hora da morte”. Será que a tática funciona?
Esconder, esconder, não esconde, é verdade, mas o cliente sai, pelo menos mais satisfeito. O atendimento, afinal de contas, pesa muito. No posto Carandá, na Avenida Mato Grosso, o litro da gasolina custa R$ 3,06 e do etanol R$ 2,099.
É a média cobrada por aí, mas, mesmo diante da concorrência, que mantém valor menor, há quem prefira abastecer neste local. Quem garante é o gerente, Sebastião Aureliano Augusto, de 25 anos.
Conferir óleo e água é uma cortesia, mas os frentistas também são orientados a oferecerem os brindes. Acima de 30 litros o cliente ganha o vale ducha. Acima de R$ 50,00, um pacote de bolacha, pequeno, é bom deixar claro. O cafezinho expresso, na conveniência, é para quem dispensar a lavagem. “É um algo a mais”, disse.
No mesmo bairro, mas na Rua Vitório Zeolla, o Posto Carandá Bosque também oferece a ducha. Só que é preciso pagar mais R$ 5,00 pelo cupom. “Mas os clientes fiéis não pagam”, explicou a frentista, Zenai de Souza, 36 anos. Ela também acredita que, além do brinde, o que fideliza a clientela é o bom atendimento.
O vendedor Caetano Álvaro, de 69 anos, pensa da mesma forma, mas, para ele, o “mimo” é insignificante. “Para virar a cabeça do consumidor tem que ser um carro, uma geladeira... Pouca coisa não resolve”, disse, exemplificando.
A estratégia, de oferecer bolachinha, cafezinho e ducha, pontuou, está ultrapassada. Em todo caso, prosseguiu, o que vale mesmo é qualidade e bom preço.
Caetano abastece o carro no posto mais barato. A última foi no Shell da Via Parque, na região do Giocondo Orsi, onde o cliente tem como brinde uma miniatura de Ferrari, mas o carro só pode sair da empresa se o consumidor comprar 4 litros de óleo sintético ou semi-sintético.
Até dezembro do ano passado, explicou o frentista Anderson Luiz, os “brindes” eram os carrinhos do grupo Lego, mas nenhum não saia de graça, claro. Quem quisesse levar para casa precisava abastecer, no mínimo, R$ 50,00 de gasolina aditivada, a V-Power, e deixar mais R$ 15,99. Alguns brinquedos estão lá até hoje. Também pudera.
No Posto Piloto, na Avenida Afonso Pena, região do bairro Amambai, não há carrinho, nem bolachinha, mas tem bombom. Será que o marketing é direcionado?