Com plantas de R$ 7 mil, exposição enlouquece quem ama orquídeas
Evento realizado no Armazém Cultural conta com mais de 2 mil orquídeas
João Vicente dos Reis percorreu mais de 1.200 quilômetros para vir até Campo Grande, Jean Falcade demorou mais de 10 horas para chegar à Capital e Juliana dos Santos não parou de sorrir quando entrou no Armazém Cultural. Tudo isso porque, assim como muita gente, os três são apaixonados por orquídeas e não pensaram duas vezes ao saberem da Exposição Nacional de Orquídeas.
Depois de dois anos sem o evento, a exposição voltou a ser realizada e conta com mostra de colecionadores, plantas para venda, além de palestras e oficinas para quem quiser aprender mais sobre o cultivo. Ocupando todo o Armazém Cultural, localizado na Avenida Calógeras, são mais de 2 mil orquídeas com preços que chegam a R$ 7 mil.
Responsável por uma das plantas mais caras, Jean Falcade é orquidófilo há mais de 20 anos e saiu de Americana, em São Paulo, para participar da exposição e também para vender suas produções. “Eu sou especializado na Cattleya lueddemannianas, que é de origem venezuelana, mas que cultivo. Trabalho com outros tipos também, mas ela é a principal da minha produção”, conta.
Jean, que começou a desenvolver o amor por orquídeas quando tinha apenas 7 anos, explica que as plantas trazidas para Campo Grande vão de R$ 60 até R$ 7 mil. “A mais cara trouxe para expor, mas também pode ser negociada. Por aqui, no Brasil, esse preço pode assustar, mas quem é colecionador e muita gente de fora compra”.
Sobre a raridade das espécies, ele comenta que muitas plantas que compõem o evento são raridades. “Ver essas plantas assim é chance única. Você não encontra no mercado porque estão nas mãos de colecionadores. Para quem gosta é incrível”. Um dos exemplos é a Cattleya nobilior semi-alba “Gnomos", encontrada em Rochedo.
Assim como Jean, João Vicente dos Reis é produtor de orquídeas e narra que veio até Campo Grande tanto para ver novas espécies quanto para aprender mais sobre as plantas cultivadas por aqui. “Eu sou de Itaúna, em Minas Gerais, e faço meu cultivo por lá. Trouxemos algumas plantas que são da região, mas aproveitamos para entender mais sobre os cultivos das espécies naturais de Mato Grosso do Sul”.
Experiente na área, ele conta que deu início ao amor pelas orquídeas sem querer e, quando viu, já estava dedicado às plantas.
Eu encontrei minha primeira orquídea quando fui pescar. Desde então comecei a cuidar, comprei mais e decidi cultivar, diz João.
Detalhando que percorreu um caminho longo até chegar por aqui, João explica que participar de exposições do tipo é uma ótima chance para aprendizado. “Nós viemos mesmo e também aproveitamos para as vendas. É muito interessante mesmo”.
Além de encantar os próprios expositores e colecionadores profissionais, o evento também garante o brilho nos olhos de quem ainda está começando. Apaixonada por plantas em geral, Juliana Santana aproveitou o primeiro dia da feira e, quando percebeu, já estava com várias sacolas.
“Sinceramente, nem sei quanto gastei até agora. Já estou com mais de cinco sacolas, então por hoje é isso. Mas estou muito feliz, eu amo planta demais”, conta Juliana.
Explicando que esta foi sua primeira vez no evento, ela detalhou que cada espaço do evento foi motivo de encanto. “Gostei mesmo. Tem muita coisa linda, uma planta mais bonita do que a outra”, resumiu.
Confirmando a paixão geral e um fã declarado das orquídeas, o organizador do evento, Wenceslau Carlos de Oliveira, completou que a exposição é uma chance de reunir e conhecer muita gente. “A orquídea é um elo entre as pessoas. Eu coleciono há mais de 20 anos e desde então conheci gente de todo canto do Brasil e fora dele também, fiz muitas amizades”.
“Temos uma variedade grande de plantas e a entrada no espaço é gratuita, então as pessoas podem vir, olhar, aprender e, claro, comprar também. Temos plantas incríveis aqui, nossa mais rara é uma Cattleya nobilio semi-alba, que foi encontrada na região de Rochedo e já chegou a ser vendida por R$ 30 mil. Hoje é possível encontrar por R$ 5 mil com colecionadores”, conta Wenceslau.
Para quem quiser aproveitar o evento, a exposição segue até às 22h de hoje e retorna amanhã (14) das 8h às 22h. Todas as ações estão sendo realizadas no Armazém Cultural, localizado na Avenida Calógeras, 3065.
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