E se eu não quiser ser loira? Só tem especialista no platinado por aí?
Nas redes sociais dos salões de beleza o que impera é o loiro platinado, como se hoje a gente vivesse uma ditadura de que só é possível mudar o visual ficando loira. Pedagoga, Andrea Antunes, de 42 anos, desabafou dia desses no Instagram de um salão que achava que vivia preconceito por ser e gostar dos cabelos como eles são: castanhos.
"Quando eu vou ao salão, a impressão que dá é que tudo é para você ficar loira ou ruiva quando está na moda. Parece que a mulher morena, aquela que opta pelo cabelo na cor natural, não tem opções", comenta Andrea ao Lado B. Ela completa questionando ainda a forma como as mulheres são colocadas nas redes. "Como se só a mulher loira fosse bonita. Sabe aquele a frase de que mulher não envelhece, mas enloirece? Eu não acredito nisso".
Que virou febre o platinado é fato e a cada dia o loiro vai ganhando um complemento a mais: saudável, sofisticado e por aí vai. Mas e se eu não quiser ficar assim? A proprietária do salão onde Andrea protestou, Marisa Nacagawa, explica que naquela semana as postagens eram voltadas à Semana Blond, uma promoção para loiras.
"Mas nós temos também vários castanhos e morenos iluminados que têm vindo como tendência. Nosso erro foi não colocar sobre a promoção", justifica a proprietária da Solle Bijoux. Já quanto ao número de fotos de loiros ser maior que das opções de castanhos, ela argumenta que o movimento de loiras é maior num salão, tanto de gasto como de frequência para os retoques.
Mas e aí, dá para mudar o visual sem necessariamente aderir ao mundo as loiras? Nos salões, as respostas são de que é possível caminhar pelos tons do acobreado ao chocolate e marrons madeirados até os mais dourados e o que vem forte por aí é o castanho ou moreno iluminado.
A técnica mantém a raiz natural, clareando de dois a três tons do próprio cabelo, do meio até as pontas. O resultado, como o próprio nome fala, ilumina as mechas sem ao certo deixar claro de onde a cor vem.
Cabeleireiro da Solle Bijoux, Rubens Roberto de Souza, de 35 anos, explica que o novo conceito tem se tornado referência para as morenas. "Ele preserva a cor natural e respeita a essência da mulher. É um toque atualizado, sem perder a identidade", diz.
Ao contrário do loiro, ele fala que os tons acobreados, marrom dourado e avelã obedecem quem a mulher já é. "Não o que você tem que assumir", frisa Rubens sobre a diferença.
O castanho iluminado vêm ganhando força. até na TV, o cabeleireiro exemplifica através das madeixas da Giovanna Antonelli. "A gente clareia 10% na raiz, 30% no meio e até 60% nas pontas", descreve. Pronto, o cabelo deixa nuances de tons mais claros.
Para um moreno iluminado, a tonalidade a ser seguida é do "tooffe", voltado para tons de cabelos escuros. Feito como ombre hair, onde não se mexe na raiz e sim nas pontas, o resultado é um degradê de cor que ilumina os cabelos castanhos.
Cabeleireira, Adriana França, mescla nas redes sociais postagens entre loiros e morenos e explica que quando as clientes buscam um profissional, o receio maior é de que exista apenas um tom de loiro, o que não é verdade. "Hoje a intensa tabela de cores pode proporcionar principalmente para as morenas vários tons sem ter medo da mudança", esclarece Adriana.
A manutenção exigida é de bons produtos como xampú e máscaras, sempre indicados a partir do momento em que o cabelo passa por química. Mas os intervalos de retoque podem levar até meses.
Abaixo, alguns tons de inspiração: