Feira comandada por mulheres tem desde artesanato a produto orgânico
Na Praça do Peixe, elas se reúnem no segundo sábado do mês para comercializar os produtos
Mensalmente, a Praça do Peixe, no Bairro Vila Vilas Boas, é ocupada por mulheres de diferentes idades que querem fortalecer os negócios e conquistar visibilidade. Nos encontros, elas vendem artesanatos, acessórios, roupas e pratos gastronômicos. A iniciativa surgiu em 2018 e hoje conta com mais de 450 empreendedoras.
Ontem (10), a Liga de Mulheres Empreendedoras de Campo Grande realizou mais uma edição no espaço público. Idealizadora da liga, Lilian Mendes, comenta a razão que a levou a desenvolver o projeto.
“Eu 2018 eu cheguei em Campo Grande e tinha dificuldade de encontrar trabalho. Eu tinha uma cadeira de massagem e comecei a fazer massagens nas praças e foi aí que encontrei mais quatro mulheres que fazem artesanato e fizemos o primeiro o evento, super bombou e desde então estamos aqui”, explica.
Por estarem divulgando os produtos no local aberto ao público, Lilian fala que as expositoras conseguiram expandir os negócios. “Meninas aqui transformaram suas vendas, foram reconhecidas pelos seus produtos e serviços. Então, graças a Deus estamos conseguindo ser referência na área empreendedora de mulheres”, afirma.
Produtos de diversos segmentos - Diversidade é a palavra que define os produtos comercializados na Praça do Peixe. Durante a feira, o público encontra de tudo um pouco. Seja para vestuário, alimentação ou decoração, é certo que terá pelo menos uma empreendedora que trabalha com algum desses segmentos.
Colares, sabonetes, jeans, tiaras, chinelos, pães, plantas, artesanato, tapetes, bonecas, perfumes, doces, queijos, geladinho gourmet e geleias artesanais estavam disponíveis nas bancas montadas pelas mulheres.
Luciana Rodrigues, de 43 anos, participa do evento mensalmente. Ela produz sabonetes e shampoos em barra. Os produtos são orgânicos e feitos de forma artesanal por ela há quase um ano. Convidada pela liga, ela leva para as feiras os sabonetes de argila branca, rosa, verde, carvão ativado, dolomita, além dos de maça verde, algodão, canela e de ervas.
Ela conta que começou a produção, pois os sabonetes eram uma forma de presentear as professoras. “Comecei a fazer, porque eu tinha meus filhos pequenos, mas não tinha dinheiro para comprar presentes para dar às professoras deles. Aí, fazia para eles levarem, mas depois eles começaram a vender na escola”, conta.
No ano passado, ela retomou a produção dos itens da marca 'Sabonete e Arte Luciana'. Por meio da feira, ela conta que teve a oportunidade de levar o trabalho para outros pontos da cidade. “A primeira feira que fui chamada foi essa e isso abriu portas para eu ir para a Feira da Bolívia, Bosque da Paz, Ypê Amarelo”, comenta.
Mostrando que não existe idade para começar a empreender, Luana Siqueira Arguello, de 12 anos, é a criadora do ‘Cheiro de Lua’. A jovem confecciona anéis, pulseiras, colares, chaveiros, correntes e strap para celular. Feitos com miçangas, os itens são coloridos, cheios de detalhes e bastante delicados.
A menina já produzia acessórios para uso pessoal e foi incentivada por parentes e amigos a vender os objetos. “Eu já fazia brincos para mim, minha mãe falou que eu levava jeito e que era legal eu fazer”, conta. Neste ano, ela procurou a liga e se inscreveu como uma das expositoras da liga.
A mãe Flávia Siqueira, de 47 anos, é quem acompanha a menina nos eventos. Orgulhosa, ela reforça que Luana fica a frente de toda produção, por isso, ela só precisa acompanhar a filha. “É um orgulho. A iniciativa foi dela, ela começou a fazer coisinhas para usar. As pessoas começaram a pedir e ela falou que iria fazer para vender. Ela entrou em contato com os organizadores da feira e entrou no grupo. Ela que se organiza quando tem que vir e faz a lista dos materiais. Eu fico encantada”, diz.
Mayara Jara, de 32 anos, está há 12 meses empreendendo. Pra ela, a vantagem do formato é a liberdade que as expositores tem em apresentar qualquer trabalho. “Tem muitas feiras em Campo Grande, mas eles não acolhem todos os tipos de empreendedores. Tem algumas que você não pode entrar por não ser artesanato e o meu produto não é”, explica. No local, Mayara vende chinelos coloridos no modelo nuvem.
Há dois anos, Aparecida Barbosa, de 33 anos, integra o time de empreendedoras da liga. Ela faz laços infantis de diversos tamanhos, modelos e cores. O trabalho foi uma alternativa que ela encontrou para ter a própria renda. “Por conta de ter filhos pequenos e não ter como trabalhar fora comecei a empreender. Eu pedi para participar da feira e ela (Lilian) foi a única que me deu oportunidade e gostei muito”, conta.
Desde então, ela comenta que conseguiu captar clientes graças ao alcance da feira. "Eu adquiri uma cliente que estava passeando aqui e ela mora no Japão. Hoje eu faço vendas para ela a cada cinco, três meses", fala.
A Feira da Liga das Mulheres acontece no segundo sábado do mês na Praça do Peixe. O evento, além da exposição de trabalhos, também traz apresentações de dança, zumba, shows e diversas atrações.
Quem quiser conhecer o trabalho, o perfil no Instagram é @ligamulheresempreendedorascg
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