Na cidade com quase nada funcionando 24 horas, salão de Carlos é exceção curiosa
Com a proposta de ficar aberto durante todo o dia e seguir madrugada adentro, cabeleireiro diz que nunca recebeu clientes às 2 horas da manhã
A proposta é curiosa e o aviso "Aberto 24h" na fachada do espaço Carlos Cabeleireiro é, no mínimo, improvável. Na Antônio Maria Coelho o uruguaio Carlos Semo, de 70 anos, está com seu salão de beleza no mesmo ponto há 17 anos, e depois de ver muitos concorrentes fechando até às segundas, ele veio com essa ideia de nadar contra a corrente e ficar aberto durante o dia e noite.
"Na época eu achei absurdo. Fechar às segundas? Um dia em que começa a semana, no mundo todo as pessoas tem a mesma sensação de que as segundas-feiras são de recomeço, feitas para resolver a vida, pagar uma conta. E pensei que propor ser 24 horas seria interessante", explica ele.
Justamente na cidade em que parece quase impossível encontrar produtos de necessidade básica depois da meia-noite, como medicamentos e alimentos, Carlos oferece o improvável: salão de beleza 24 horas.
Por enquanto, pouca gente apareceu. O horário flexível permite que a cliente faça uma escova e uma hidratação antes de pegar um vôo às 4h. "Isso já aconteceu. Também já atendi às 22h, por exemplo".
Carlos se define como uma pessoa que gosta de trabalhar e que até mesmo em feriados nacionais está a postos em seu salão. "Eu trabalho feriado, dia dos mortos, dia da independência do Brasil, estou sempre aqui. Costumo dizer que sou democrata e que sou eu quem mando em minha vida e meus horários".
Além dos serviços de cabeleireiro, o salão tem também manicure e esteticista, mas estes serviços funcionam em horário comercial. Carlos justifica que pra ele é mais fácil pois mora no prédio em que trabalha, mas que "mesmo se trabalhasse longe de casa seria assim".
O Carlos Cabeleireiros fica em frente ao Extra Hipermercados, na Rua Antônio Maria Coelho, 2.377.