Nada de arroz, pétalas ou bolhas; moda agora é soltar fogos no casamento
Foi-se o tempo do arroz, das pétalas de rosas e das bolhas de sabão nas cerimônias de casamento. A moda agora são os fogos de artifícios, da entrada à saída dos noivos. Em Campo Grande, a “novidade”, importada da Europa, chegou há pelo menos 5 anos, mas, por enquanto, tem atraído apenas os casais mais “descolados” e com dinheiro no bolso, é claro.
Um show pirotécnico na hora do “sim”, com duração de apenas 45 segundos, só na saída da igreja, custa, em média, R$ 600,00. Se o casal optar pelo pacote completo, que inclui entrada, corredor dos padrinhos e cascata no momento da dança ou brinde, o valor pode chegar a quase R$ 3 mil, dependo da empresa contratada e dos serviços escolhidos.
O preço assusta quem está tentando economizar, mas quem trabalha com isso garante que os fogos são, sem dúvida, o “algo a mais” da festa porque deixa tudo mais chique. Há dois anos no mercado, a cerimonialista Natalia Sanfelice, 24 anos, já fechou três casamentos assim, mas apenas um foi em Campo Grande. Os outros dois aconteceram em São Paulo.
Por aqui, os fogos ainda não se popularizaram. “Na verdade os casais mais formais não utilizam tanto. Só os que querem algo diferente, para fazer uma surpresa aos convidados”, disse. Mas isso vai de cada um. A dica é ser fiel à personalidade.
“A festa tem que ter a cara do cliente. Se ele gosta de uma coisa diferente, quer estar atualizado, trabalhamos em cima disso, da modernidade. Se não gosta, trabalhamos com a formalidade. Eu, particularmente, acho um show”, afirmou. Um show mesmo.
A bióloga Kethleen Mesquita da Silva Duek, de 25 anos, e o engenheiro Renan Gonçalves Duek, de 26 anos, casaram-se com direito a queima de fogos.
A cerimônia foi na Igreja São José e o show durou 3 minutos. “Eu sempre quis. Minha irmã já tinha feito isso aí eu resolvi. Foi uma surpresa para os convidados”, afirmou a Kethleen.
As fotos ficam uma graça, toda colorida, e o momento torna-se marcante. E não precisa pagar caro para ter, pelo menos, um momento “brilhante” no “grande “dia”.
Proprietário de uma empresa especializada em produções pirotécnicas e efeitos especiais para casamento, Paulo Cesar Coutinho de Lima, 44 anos, oferece aos clientes um portfólio com opções abertas para cada casal montar seu próprio pacote.
É lógico que se os “pombinhos” escolherem tudo, o preço chega às alturas, mas é possível ter, por exemplo, um corredor de padrinhos, segurando sparklers, aquelas velinhas com faíscas, por um valor bem bacana.
É só não exagerar no número de convidados que vão cruzar a igreja. A brincadeira, com cinco casais de cada lado, custaria R$ 60,00, já que cada palitinho aceso, com duração de 45 segundos, sai por R$ 3,00.
Cuidados - A “onda” dos fogos de artifício que conquistou, primeiro, as debutantes, assustou muita gente após o incêndio da boate Kiss, no Rio Grande do Sul. A tragédia fez com que o mercado estagnasse por um bom tempo, disse Paulo, mas agora tudo esta voltando ao normal. “As pessoas se esquecem”, comentou.
Em todo caso, é preciso tomar cuidado. Segundo o chefe da comunicação social do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Joilson de Paula, os noivos, antes de contratarem os serviços, precisam se atentarr a alguns detalhes básicos: observar se a empresa tem certificado de vistoria junto ao órgão, se os funcionários que vão manipular os fogos tem o “curso blaster”, fiscalizado pela Polícia Civil, e se os produtos são adequados para cada situação.
Em ambientes internos é utilizado, geralmente, os fogos frios, que não queimam, não soltam cheiro ou fumaça. A legislação, em todo caso, deve ser seguida à risca.
“O artigo 39, inciso 16 da lei 4.335, de 2013, diz o seguinte: realizar queimas de fogos de artifício ou qualquer outro produto perigoso, sem vistoria e autorização do CBMS, gera multa de 10 a 1 mil uferms, citou.