Nas mãos de irmãos, sementes e até feijão viram biojoias
Irmãos criam artesenato único feito com capim rosário, feijão bravo e olhos de cabra
A natureza é a principal matéria-prima que os irmãos Ian Paiz, 27 anos, e Rosieti Paiz, 32 anos, utilizam para criar artesanatos únicos e diferentes. Com sementes de capim rosário, feijão bravo, de olhos de cabra, maleitoso (planta) e caroço do baru, eles produzem brincos, colares, cocares e trajes típicos da cultura terena.
Ian comenta que se envolveu na atividade artesanal há nove anos, após receber o incentivo da irmã. “Ela que começou a produção, me incentivou a fazer, porque na minha aldeia, logo quando começamos, não tinham tantas pessoas produzindo artesanato”, explica.
Os acessórios que confeccionam são variados, ricos em detalhes e supercoloridos. Os tons predominantes, devido à característica natural das sementes, são preto, vermelho e branco. Além das sementes, penas também são utilizadas na elaboração dos adereços. O material possibilita que os artesanatos ganhem outras tonalidades vibrantes, como azul, verde, amarelo, rosa e roxo.
Independente do material, as peças apresentam detalhes elaborados, designs diferenciados no tamanho e formato. Ian destaca que graças à atividade, encontrou uma forma de manter viva a tradição artística do povo terena. “Valoriza muito a nossa cultura terena e isso não tem que acabar aqui. Nossa cultura estava enfraquecendo, mas agora, está mais forte e sendo valorizada”, afirma.
No Instagram e Facebook, Ian e Rosi divulgam as produções do Bio Jóias Terena para que outras pessoas conheçam os acessórios. No dia a dia, a propaganda é feita de outra maneira. “As pessoas de aldeias vizinhas da Lagoinha, Bananal, Colônia Nova, Morrinho, Água Branca e Imbirussu entram em contato comigo”, fala.
A dupla confeccionou uma coleção especial para o desfile da Aldeia Lagoinha, que ocorreu no dia 13 de novembro. Antes, os trajes eram feitos somente para aluguel, mas agora, os irmãos vendem os conjuntos. O capricho, conforme Ian, é algo que não falta na hora do preparo. “Nós procuramos caprichar bastante, as pessoas falam que são diferenciados, elogiam bastante”, ressalta.
Planos futuros - Com o objetivo de divulgar a arte, o desejo do Ian é ensinar a técnica para outras pessoas. “Sonho ter um espaço para expor as peças e ampliar o negócio. Quero ministrar um curso na minha comunidade e aldeias vizinhas para ter mais pessoas que trabalham com isso”, finaliza.
O trabalho dos irmãos pode ser conferido no Instagram @biojoiasterena.
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