Nem banheiro de rodoviária é pior do que o de hipermercados da cidade
Compras em supermercado já é tarefa de poucos amigos, mas a hora realmente “triste” é quando o cliente precisa correr para o banheiro e se depara com estruturas de dar nojo. “Fico impressionada porque é um comércio né? Precisava ter mais cuidado com a clientela”, diz a vendedora de semi-jóias Sandra Bernardi, de mãos dadas com a filha que até então estava “apertada”.
Há alguns extremos, onde é difícil encontrar sabonete e quando o sanitário tem porta, o que falta é a tranca. O Extra, da rua Maracaju, é o pior neste quesito. Dos 3 sanitários femininos, um não tem porta e outro não tem tranca.
O aspecto é de abandono. Além do cheiro ruim, as paredes estão descascadas e o “porta-sabonete” parece mais um caninho improvisado sem nem uma gota. “Isso porque você não viu o masculino. Tem um adesivinho de decoração aqui na entrada, a gente até pensa que o banheiro vai ser bonitinho, mas é detonado”, comenta o servidor público Cláudio Fernandes.
O Lado B passou pelos sanitários no mesmo período, no meio da tarde de uma quinta-feira, depois voltou, no sábado. Não há diferença. Independente do dia da semana, a situação é ruim.
No Carrefour do Shopping Campo Grande, o odor é no mínimo “lamentável”. No lugar das trancas originais nas portas, há um buraco e um chumaço de papel para evitar que a pessoa que está lá dentro, sentada, seja vista.
E isso não é de hoje, lembra a vendedora Suyenne Pereira. “Venho aqui há mais de 3 anos, sempre foi assim. Ninguém reforma, ninguém melhora. Acho estranho porque a imagem do supermercado fica comprometida”, comenta. Todas as portas tem frases deixadas por desocupados, algumas já quase sem tinta, depois de tanto tempo ali.
No banheiro feminino, na quinta-feira não havia sabonete liquido em nenhuma das seis pias e um recipiente fixado na parede também estava vazio. No sábado, nada mudou. “O papel higiênico também é uma lixa. Poxa, bem que eles podiam melhorar, afinal devem comprar isso bem mais barato”, reclama Suyenne.
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No concorrente Walmart, da avenida Mato Grosso, nos dois dias de visita do Lado B, o cheiro não era dos melhores. Mas apesar da falta da capa que encobre a descarga, dos porta papel higiênico e toalha estarem estragados, pelo menos não havia lixeiras abarrotadas, como nos dois locais anteriores, o que mostra que, pelo menos, limpeza constante há.
O Comper tem um banheiro diferente de todos os outros por ser melhor iluminado e arejado. O odor, durante as duas passagens pelo local, era de limpeza. As portas de alumínio também impedem que os vândalos deixem as clássicas escritas de porta de banheiro, o que melhora o aspecto.
Outro problema nos hipermercados são os fraldários, mais um item que deixa muita mãe na mão em Campo Grande na hora das compras.
No Comper, há espaço para a troca de fraldas, mas apenas com uma torneira e o trocador. Na passagem pelo local, não havia, por exemplo, a básica toalha de papel.
No Carrefour, o fraldário é bem mais amplo, inclusive, com sanitário mais baixo, para as crianças. Mas apesar da decoração de bichinhos, não há qualquer conforto extra e o mobiliário tem aspecto de velho e sujo.
Já no Walmart, o espaço para as mães e bebês fornece até as fraldas, em tamanho P, M ou G e um microondas, para quem precisa esquentar a mamadeira.
Como lanterninha no ranking dos melhores banheiros da cidade, o Extra nem sequer tem um fraldário.
Bonitinhos – Apesar da má fama, em Campo Grande os banheiros da Feira Central e da nova rodoviária são bons exemplos de cuidado. Você pode até se deparar com o contrário, mas a experiência do Lado B foi tranquila. Até os sanitários da praça Ary Coelho estavam melhor cuidados no último fim de semana.
No sábado, em pleno Festival do Sobá, o maior banheiro da feira cheirava limpeza. O cuidado começa pela decoração simples, mas que mostra o apreço pelos frequentadores, com revestimento de madeira laminada, portas dos sanitários adesivadas e até quadro na parede.
Na porta, uma das responsáveis pela manutenção ensina. “Como é muita gente, não dá para ficar muito tempo sem passar por aqui. A gente vem, limpa, depois da uma voltinha e de novo e limpa outra vez”, contra a funcionária que divide a tarefa com outra colega.
Quem precisa usar os sanitários na rodoviária, na saída para São Paulo, também encontra tudo e dia, do sabonete, à limpeza. O banheiro tem até alguns "luxos" se comparado aos outros, com saco plástico na lixeira que tem, pasmem, tampa.