No "Vamos La Hoje", motel para baixa renda, hora custa só R$ 17,00
Difícil não rir quando se avista a fachada de um motel quase “azul calcinha”, no final da avenida Três Barras, bairro Rita Vieira, em Campo Grande. “Vamos La Hoje” diz o letreiro branco, enorme, da fachada.
O dono, um pernambucano de 60 anos, é quem explica a intenção do nome criativo: “Não tem aquele motel ‘Se que Sabe’? Você chama a pessoa e ela fala ‘se que sabe’. No meu é só dizer: ‘Vamos lá hoje’? Você leva alguém para o motel sem a pessoa saber. Só vai descobrir na hora. Vira surpresa".
Perito judicial, Wanderlan Vasconcellos, resolveu entrar no ramo de motéis há 3 anos, quando o Rita Vieira estava em plena expansão. Agora, o estabelecimento ganhou valorização.
Fica próximo de boas casas e residenciais modernos, em local movimentado, asfaltado e tudo, mas continua a ser baratinho. “É para o público baixa renda”, explica o proprietário, logo de cara.
Uma hora custa apenas R$ 17,00. Se em 60 minutos o serviço não for feito, é só pagar adicional de R$ 3,00. E se o “rala e rola” estiver bom, mais “cincão” garante as três horas completas. Quatro horas sai por R$ 25, enquanto cinco sai por R$ 30,00 e por aí vai.
É barato, mas é limpinho, garante Wanderlan. As toalhas, disse, fazendo propaganda, “são Teka e Santista”. Em todos os nove quartos, de 5 por 4 metros, continuou, tem “roupagem de cama de primeira, ar condicionado de último tipo e televisão Phillips, de 20 polegadas. Todos tem um micro system, um rádio para pessoa colocar música”.
Só tem um problema. Quem aparecer no motel de carrão, não vai conseguir estacionar no local adequado. Existem garagens privativas, explicou, mas uma “falha na construção” resultou em espaços apertados. “Cabe de médio porte, mas não uma caminhonete”, avisou.
Nada que cause tanta dor de cabeça. No “Vamos Lá Hoje”, a maior parte dos clientes, pelo menos 70% deles, aparecem mesmo é de motocicleta. O nome rende boas risadas, mas o movimento, apesar do marketing, nem sempre é dos melhores. “Meu motel tem fases de altos e baixos”, justificou o perito, que também é empresário.