Salão improvisado debaixo de árvore virou xodó das clientes
Rose teve a ideia para manter o distanciamento somado ao ar livre e precisou continuar com a dinâmica
Para conseguir manter as clientes menos preocupadas durante a pandemia, um salão de beleza no Bairro Tiradentes teve a ideia de criar um "puxadinho" em frente ao espaço, debaixo de uma árvore. Há dois anos, a ideia veio como solução para manter o distanciamento ativo, mas fazer as unhas ao ar livre caiu no gosto do público e desde então tem gente que não quer nem ver o interior do salão.
“Eu não faço mais minhas unhas lá dentro não. Aqui fora tem sombra o dia inteiro, a gente vê o movimento da rua e ainda se protege mais da covid”. Uma das defensoras do atendimento debaixo da árvore, a aposentada Silvia Regina Monteiro, de 61 anos, confirma a história e conta que nem consegue pensar em voltar para dentro do salão.
No espaço simples, que foi adaptado para receber as clientes, a proprietária do salão, Osmilda Gomes do Nascimento, levou algumas cadeiras para a calçada e preencheu a área em frente de sua casa com uma mesa pequena.
Mais conhecida como Rose, por uma confusão que aconteceu com seu nome ainda criança, ela detalha que o principal procedimento realizado por ali são das manicures, mas que outros também são pedidos pelas clientes na área externa. “Virou um salão mesmo aqui na frente e é bem tranquilo. Além da minha casa ser ao lado, a rua é sem saída, então não prejudica ninguém”, pontua.
Relembrando sobre como o novo espaço surgiu, Rose explica que durante os picos da pandemia, a rotina de atender cerca de 7 clientes por hora precisou ser reduzida. Com medo de perder ainda mais o ritmo do público, a inovação foi necessária.
Não dava para desmarcar com as clientes ou pedir para virem de hora em hora, então fiquei pensando que eu tinha um espaço bom e que daria para implementar. O legal é que a parte mais difícil da pandemia acabou, mas as clientes quiseram continuar aqui fora”, conta Rose.
Por também ter gostado da ideia, a proprietária narra que até ela começou a usar com mais frequência a sombra e transformou uma parte da calçada em escritório. “Coloquei essa mesa com cadeiras aqui e quando preciso tratar de algo, chamo a pessoa aqui. Em outros momentos, as clientes também usam como sala de espera”, diz.
Sobre o gosto pela ideia, a cliente Silvia narra que não encontrou esse tipo de tratamento em outros salões. “Aqui tem muita coisa boa, além da atenção, ainda tem esse diferencial de ser aqui fora. Pode ser curioso, mas é legal mesmo”, relata.
Para quem trabalha, a ideia também veio como uma solução bacana com outras justificativas, como conta a manicure Ivanete Rolim, de 67 anos. “Se a gente pode fazer fora, a gente faz. Você nem vê o dia passar, consegue respirar melhor e não prejudica a gente. Foi ideia por causa da pandemia, mas deve continuar por muito tempo”.
Por realmente ter caído no gosto das clientes e não ter recebido nenhuma reclamação até o momento, inclusive porque o espaço interno continua disponível, a proprietária conta que já está se preparando para investir em melhorias. “A gente quer colocar uns bancos de cimento por aqui, dar uma geral para ficar melhor”, conta.
Experiente na área, Rose explica que adaptações precisam ser frequentes no ramo da beleza desde quando ela começou, há 29 anos. “Eu já precisei fazer de tudo, desde promoção até ter equipe da madrugada. Essa ideia da pandemia foi mais uma e deu certo. Você não pode desistir, precisa se virar”, completa.
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