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Consumo

Saraiva fechou, mas na cidade não faltam livrarias para conhecer

Em Campo Grande, livrarias independentes viabilizam acesso do público aos livros e até HQs

Por Jéssica Fernandes | 27/09/2023 07:22
Em Campo Grande, sebos e livrarias atuam de forma independente. (Foto: @rafiusk.livrariasebo)
Em Campo Grande, sebos e livrarias atuam de forma independente. (Foto: @rafiusk.livrariasebo)

A Saraiva encerrou as atividades em Campo Grande, mas quem gosta de ler e descobrir novos autores pode se deparar com um universo literário cheio de opções nas livrarias independentes e itinerantes que rodam diversos espaços da cidade. Em feiras, encontros e outros eventos culturais, os idealizadores levam exemplares que saem a partir de R$ 10.

Fantasia, romance, poesia, biografia e suspense são alguns dos diversos gêneros que a livraria itinerante Hámor e o sebo itinerante RafiUsk comercializam de forma independente.

Idealizada por Bianca Resende e Felipe Mafra, a Hámor teve a história contada no Lado B em 2022. No último, o projeto cresceu, ganhou selo próprio de editora, chegou às feiras culturais e também aos eventos idealizados por eles, como o ‘troca-troca’ de livros.

Livraria itinerante e independente em uma das edições do Bosque da Paz. Foto: @hamorlivraria)
Livraria itinerante e independente em uma das edições do Bosque da Paz. Foto: @hamorlivraria)

A idealizadora fala sobre as parcerias que resultam em encontros e eventos onde os livros estão presentes. "Temos muitos parceiros que abrem seus espaços pra nós, mas ainda assim tem uma demanda maior, como lançamentos, bate-papos e até mesmo para ampliar as vendas da livraria, que ocorrem mais aos finais de semana", diz.

O catálogo da livraria traz obras escritas por autores nacionais e internacionais, mas sempre com focos em editoras sem vínculos com grandes empresas. Bianca cita algumas das editoras que fazem parte do acervo da livraria.

“Continuamos trabalhando com editora independentes ou maiores porém todas alternativas, que tenham bem consolidado o posicionamento sociopolítico. As editoras que mais vendemos são: Fósforo, Elefante, Bazar do Tempo, Sobinfluencia e Ubu”, explica.

Exemplar da obra 'Novas fronteiras das histórias LGBTI+ no Brasil'. (Foto: @hamorlivraria)
Exemplar da obra 'Novas fronteiras das histórias LGBTI+ no Brasil'. (Foto: @hamorlivraria)

Já alguns do livros disponíveis no momento são da Annie Ernaux: O lugar, Os anos, Paixão Simples, A outra filha, O acontecimento, O jovem (editora Fósforo), Da Mariana Salomão Carrara: Se Deus me chamar não vou, A hora nossa morte amém, Não fossem as sílabas do sábado (Editora Nós);  Luiza Romão: ‘Também guardamos pedras aqui’ publicado pela editora Nós e vencedor da Jabuti no ano passado.

Para completar: Novas fronteiras das histórias LGBTI+ no Brasil (Organização do Renan Quinalha, livro publicado pela Elefante), Uirapuru e Voo Solo (dos autores daqui de Campo Grande, Febraro de Oliveira e Isloany Machado).

A livraria participa das Feira Bosque da Paz, Praça Bolívia, além de promover troca-troca de livros mensalmente na Bem Te Vi Café. Os demais eventos podem ser acompanhados no perfil do Instagram @hamorlivraria

Rafael Chaves participa de feiras com objetivo de viabilizar acesso do público aos livros. (Foto: Arquivo pessoal)
Rafael Chaves participa de feiras com objetivo de viabilizar acesso do público aos livros. (Foto: Arquivo pessoal)

Sebo Itinerante - Rafael Chaves é idealizador da Rafiusk Livraria Sebo Itinerante, que em janeiro deste ano apareceu em outra matéria do Lado B. Para viabilizar a leitura em diferentes bairros de Campo Grande, ele leva numa carretinha adaptada o acervo de livros usados e novos.

Literatura em geral, romance, fantasia, suspense, terror, filosofia, religião, espírita, autoajuda, psicologia, finanças, desenvolvimento pessoal, gibis, mangás e livros acadêmicos. As obras saem a partir de R$ 10.

Desde que iniciou o trabalho, Rafael conta que conseguiu alcançar o objetivo que queria: fazer as pessoas lerem. Devido ao preço, ele também consegue atingir um público maior. “É uma forma de levar livros usados e novos para pessoas dos bairros com valores mais acessíveis e atrair novos leitores.  Clientes meus chegaram em mim dizendo que voltaram a ler e começaram a ler graças às minhas exposições nas feiras livres dos bairros”, afirma.

Vendidos a partir de R$ 10, livros são de gêneros variados. (Foto: Arquivo pessoal)
Vendidos a partir de R$ 10, livros são de gêneros variados. (Foto: Arquivo pessoal)

O idealizador cita quais são os eventos que participa com a Rafiusk Livraria Sebo Itinerante. "As exposições acontecem nas feiras livres nos bairros: Paulo Coelho Machado, Parati, Bálsamo, Orla morena, Los Angeles e também nas feiras culturais como: Feira Bosque da Paz, Mixturô e Sarau de Segunda", comenta.

Quem quiser acompanhar o trabalho no Instagram, o perfil é @rafiusk.livrariasebo

Proprietário da Banca Modular, Daniel Shamam transformou uma das paixões de criança em trabalho. Apesar de ter um ponto físico no Centro de Campo Grande, o ilustrador também leva os quadrinhos autorais, de editoras independentes e autores nacionais para outros lugares da cidade.

Ele relata que antes de abrir a banca e levar o acervo para feiras investia no material para consumo próprio. “Depois percebi que o público de Campo Grande tem pouco acesso a esse material, o que me estimulou a buscar esse acervo para meu comércio também”, destaca.

Daniel leva para feiras culturais da cidade o acervo de HQs. (Foto: arenams_cultural)
Daniel leva para feiras culturais da cidade o acervo de HQs. (Foto: arenams_cultural)

O ilustrador trabalha com as seguintes editoras: Escória Comix, Mau Gosto, RV Cultura e Arte, Pé-de-Cabra e outras que também publicam material estrangeiro, como Hyperion Comics e a Tai Editora. Além do ponto no encontro das Ruas Antônio Maria Coelho com a 25 de Dezembro, o público encontra o material na Feira da Praça da Bolívia, Sarau de Segunda e Arena Cultural.

Daniel fala sobre o objetivo da banca e aproveita para mandar um recado para os autores de Campo Grande. “A minha proposta como gibizeiro é estimular a formação de público e incentivar autores e artistas a publicarem seu material; e se você que está lendo já publicou alguma HQ ou zine, manda um oi que a Banca Modular quer conhecer você”, declara.

O trabalho pode ser acompanhado através do perfil no Instagram @bancamodular

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