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Consumo

Sem foto na pandemia, Mário tenta sobreviver com patrolas de madeira

Netinho brincando com papelão foi a maior inspiração para Mário recomeçar em meio as dificuldades

Thailla Torres | 27/03/2021 07:25
Mário agora usa a câmera para fotografar seu novo trabalho, enquanto os ensaios não aparecem. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mário agora usa a câmera para fotografar seu novo trabalho, enquanto os ensaios não aparecem. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há 20 anos, Mário Bueno trabalha com a fotografia em Campo Grande e na última década se especializou em fotos de eventos corporativos e de escolas. Mas a pandemia surrou todos os seus trabalhos, deixando o fotógrafo sem clientes, já que a maioria das vendas era realizada nas instituições de ensino.

A dificuldade bateu à porta junto das contas para pagar e, no desespero, Maria preferiu deixar sua maior companheira de lado e encarar um novo ofício, o artesanato.

Nos últimos meses ele se jogou nas produções em madeira. Faz de casinha de cachorro a brinquedinhos que meninos e meninas adoram e também faz adulto reviver a infância. O carro-chefe dos brinquedos é a patrolas.

Um dos brinquedos fabricados por Mário nessa pandemia. (Foto: Mário Bueno)
Um dos brinquedos fabricados por Mário nessa pandemia. (Foto: Mário Bueno)

Tudo começou ao observar o netinho brincar no quintal de casa com pedaços de papelão. “Decidi fazer um caminhão de madeira para ele brincar. Quando fiz a surpresa ele adorou. Alguns amigos olharam e gostaram também, alguns chegaram a fazer encomendas”.

Foi então que a vontade de fazer o neto sorrir virou negócio e nova fonte de renda para a família. “A fotografia é minha única fonte de renda, sem vender as minhas fotos as coisas apertaram, então decidi investir nos carrinhos”.

Mas a vida de artesão não é tarefa fácil, assim como a de fotógrafo. Nem todo mundo valoriza e o pedido para que o preço seja reduzido surge bastante, mas ele não desiste. Quase todos os dias se emprenha em fazer itens usando paletes.

“As crianças ficam muito felizes, adultos voltam à infância. Era comum brincarmos com carrinhos como esses”, lembra.

Mário diz que até adulto revive a infância com os carrinhos. (Foto: Mário Bueno)
Mário diz que até adulto revive a infância com os carrinhos. (Foto: Mário Bueno)

No entanto, admite que sente falta de segurar a câmera. “É a profissão da minha vida. Não vejo a hora de tudo isso acabar e eu finalmente voltar a fotografar”, diz.

Mário que nasceu em Ponta Porã ingressou na fotografia quando ainda era seminarista e vivia em Juty. Anos mais tarde passou a fotografar quando ganhou uma câmera do irmão. “Comprei livros e revistas e passei a estudar mais sobre a fotografia. Apaixonei-me e nunca mais deixei de lado”, conta.

Nas escolas, ele também costumava fazer molduras em madeira para vender juntos das fotos de eventos. “E todo mundo admirava. Acho que isso também me deu força para encarar de vez o artesanato”.

Nesta semana, ele comemorou fazer a carteirinha do artesão e agora pretende dar continuidade aos trabalhos. Cada carrinho custa a partir de R$ 80,00. Mário também tem feito rifas para ajudar nas despesas da família.

O telefone para encomendas e compra da rifa é (67) 99257-9447.

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