Cordão Valu lota Esplanada Ferroviária na despedida do Carnaval

O Cordão Valu se despediu do Carnaval 2025 em grande estilo. No quinto dia de folia em Campo Grande, a Esplanada Ferroviária ficou lotada com foliões de todas as idades, de crianças a idosos, embalados pelo som de marchinhas e músicas carnavalescas. A festa foi marcada por alegria e aquele sentimento de “já acabou?” que só um bom Carnaval pode deixar. De acordo com estimativa da Polícia Militar, aproximadamente 25 mil foliões marcaram presença no 'rolê'.

Para Silvana Valu, presidente do bloco, a emoção tomou conta. “Ah, eu já chorei bastante. A gente fica exausta, pula no nosso bloco, no dos outros, desfila em escola de samba. Mas quando chega terça-feira e a gente sabe que vai acabar, já bate aquela tristeza”, confessa. Apesar do cansaço, a sensação de dever cumprido foi mais forte. “Estamos muito felizes com a festa e com os resultados. Foi um Carnaval lindo e seguro”, afirma.

Silvana também pontuou que com o passar dos anos, o campo-grandense aprendeu a aproveitar melhor o Carnaval de rua. “Lá no começo, muita gente torcia o nariz, diziam que era festa da periferia, que isso, que era aquilo. Mas a gente sempre disse: é cultura, é para todos. E hoje está aí, todo mundo junto, famílias inteiras curtindo, porque é acessível, é no centro, tem ônibus. É uma festa de paz e alegria”, avalia.

Folia em família - O barbeiro Boni Nowak foi à festa com a esposa e o enteado, reforçando que o Carnaval na Esplanada virou um programa familiar. “Temos criança pequena, então viemos para nos divertir e espairecer”, conta. Mas o que chamou atenção mesmo foi a fantasia: um macacão de tigre feito de pelúcia, escolhido sem medo do calor. “Isso aqui é pijamão de casa, falei: ‘vou de tigrinho’. Quem sabe alguém me dá um dinheiro”, brinca fazendo referência ao jogo de aposta.

Já a professora Natália Seron aproveitou três dias de folia e até levou a filha de 10 anos. Paulista, ela elogiou a festa campo-grandense. “Pra mim está maravilhoso. Adoro essa vibe de trazer os filhos, dançar, suar e recarregar as energias”, diz. Sua amiga, a professora Viviane Martins Amaral, também celebrou de alegria. “O Carnaval é a missa do ano, né? Agora vem o enterro dos ossos, mas a bateria está carregada para começar tudo de novo”, disse.

Homenagem às raízes - Além da festa, o Cordão Valu aproveitou para celebrar a cultura afro-brasileira. Este ano, o bloco homenageou o Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, e o Grupo TEZ, instituição pioneira em Mato Grosso do Sul na luta contra o racismo. Para Romilda Pizani, defensora da igualdade racial, a homenagem foi importante. “A cultura afro atravessa todas as culturas e está em todos os espaços. O Carnaval é isso: respeito, direito de estar, de curtir, de ser feliz.”

O segundo dia do Cordão Valu já teve gostinho de despedida, mas deixou claro que o campo-grandense também sabe e gosta de festar. Agora, é esperar 2026.  “Já estamos pensando no próximo”, afirma Silvava Valu.

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