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Diversão

Da música a dança, Afronta mostra para a galera o melhor da 'quebrada'

Festa cultural que enaltece artistas negros celebrou 5º edição no sábado na Orla Morena

Jéssica Fernandes | 30/07/2023 08:45
Público compareceu em peso na 5º edição da festa Afronta. (Foto: Juliano Almeida)
Público compareceu em peso na 5º edição da festa Afronta. (Foto: Juliano Almeida)

A festa Afronta é daquelas que você chega e não dá vontade de sair. O evento, que celebra e valoriza a cultura negra, realizou mais uma edição no sábado (29) e agitou a Orla Morena. Para prestigiar a festa no Teatro Arena da orla, a galera chegou cedo e veio de bairros distantes do Bairro Cabreúva.

Idealizado e produzido por Afrojess, Afronta também é produzido por Camila Maiara. O evento cultural, segundo a idealizadora, surgiu para colocar em destaque o trabalho artístico de homens e mulheres negras.

“Na cena de contratação de músicos e artistas, às vezes, os artistas pretos são chamados para datas específicas. A gente queria fazer alguma coisa para enaltecer esses artistas para que sempre fossem chamados, para serem prioridade”, pontua.

Idealizadora do evento, Afrojess fala sobre o destaque dado a comunidade negra. (Foto: Juliano Almeida)
Idealizadora do evento, Afrojess fala sobre o destaque dado a comunidade negra. (Foto: Juliano Almeida)

Para a quinta edição, a produção deu o nome de ‘Dialeto’ que tem tudo a ver com o atual contexto do Brasil. Além de prestigiar a cultura da comunidade, o evento cultural dedicou a edição ao Dia da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, que é celebrado em 25 de julho.

Afrojess fala que o dialeto se estende desde produção musical a moda. “Nesse momento político e cultural a quebrada está bastante em evidência e não vai sair mais, então o dialeto é pra promover e a gente festejar a nossa linguagem seja da moda, arte, dança. É o dialeto da periferia”, afirma.

O dialeto da periferia veio não só através dos artistas convidados, mas também de quem compareceu na Orla Morena mostrando outras influências culturais. O grupo Vadios 67, que tem integrantes do Dom Antônio Barbosa e outras regiões, foram de bicicleta na Afronta.

Grupo Vadios 67 representam movimento lowrider em Campo Grande. (Foto: Juliano Almeida)
Grupo Vadios 67 representam movimento lowrider em Campo Grande. (Foto: Juliano Almeida)
Bicicleta customizada traz próximo a roda o nome do dono. (Foto: Juliano Almeida)
Bicicleta customizada traz próximo a roda o nome do dono. (Foto: Juliano Almeida)

Mas, as bicicletas da galera não são como a maioria que se vê em Campo Grande. Customizadas do banco ao estilo do garfo, elas representam o estilo de cada pessoa e o movimento que nasceu nas periferias dos Estados Unidos.

Higor ‘O.G.Nato’ fala sobre a história do grupo e como eles se encontraram no movimento lowrider. “Começou com o grupo de bboys nos anos 2000. A gente começou a se juntar, dançar o break e com o tempo isso foi evoluindo para a cultura lowrider que é originária da Califórnia. Nasceu com os imigrantes mexicanos que foram pra Califórnia e se expandiu pro mundo inteiro”, diz.

A cultura que expressa toda uma identidade cultural, segundo ele, é um estilo de vida e não somente o meio de transporte. “A gente vivencia isso todos os dias da nossa vida. Essa cultura faz parte da gente, então a gente costumiza nossa bicicleta, roupa, estilo de vida e saí dando rolê pela cidade. No Estado somos pioneiros na cultura lowrider. Não existe outra galera”, destaca.

Higor fala sobre o movimento e a união dos integrantes que formaram grupo de rap. (Foto: Juliano Almeida)
Higor fala sobre o movimento e a união dos integrantes que formaram grupo de rap. (Foto: Juliano Almeida)

Formado por ele, Snoop Gole, Mano BR, Mister Benner e Bodão, o Vadios 67 uniram as afinidades para cantar rap. “A gente viu que  cada um tinha talento para fazer uma rima, gostava da mesma ideia que eram os quatro elementos do hip hop: grafite, break, Dj e MCs aí a gente se juntou para fazer um rap”, explica.

Outra pessoa que participou da festa e falou sobre a importância dela é Lidiane Lima. Ela representa o colegiado setorial do hip hop de Mato Grosso do Sul e comenta que Afronta se caracteriza pela pluralidade de movimentos.

“É muito legal que você vê aqui que não tem só hip hop tem outras linguagens periféricas, artistas que são da comunidade LGBT, então é uma união dessa raça”, fala.

Pela primeira vez, Orla Morena foi palco para a festa Afronta. (Foto: Juliano Almeida)
Pela primeira vez, Orla Morena foi palco para a festa Afronta. (Foto: Juliano Almeida)

Segundo Lidiane, a festa também reflete o trabalho em parceria com o poder público. “Nessa edição você vê o diálogo com o poder público, então é isso que o colegiado vem fazendo para dar estrutura de som aos profissionais. É a partir do diálogo com o poder público”, reforça.

Na 5º edição, o evento contou com a participação de DJ Afropaty, DJ LadyAfro, DJ Shaba, Lívia, Rose, Ari, CPS, Pretah e Lucy e Silveira; Falange da Rima; Suburbia, Slam Camélias (CJ e Dani Oliveira), breaking com Daniboy e Sidibi, Vogue (Imperatriz Yara), Posse Sul, Afroqueer. A apresentação do rolê ficou por conta de Jéssika Rabello e CJ.

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