De 4 países, amigos levaram 13 anos para reunir banda e gravar álbum
Banda lançou seu novo disco “Agora e Sempre” com músicas em quatro idiomas
Aproveitando a onda digital causada pela pandemia, os integrantes da banda Terminal Guadalupe decidiram ignorar a distância entre continentes para se reunir virtualmente e produzir um álbum com músicas em quatro idiomas. Com apenas o vocalista pantaneiro no Brasil, o grupo retomou os trabalhos depois de 13 anos mesmo estando em quatro países diferentes.
Responsável pela guitarra, violão, programações e voz, Allan Yokohama mora em Portugal, assim como o baixista Marcelo Caldas. Na Alemanha, Fabiano Ferronato é o responsável pela bateria e, produzindo o álbum, Iuri Freiberger continuou fazendo tudo a partir da Inglaterra.
Único no Brasil, o corumbaense Dary Esteves Júnior conta que integra o grupo com sua voz e a composição da maioria das letras. Contando que a iniciativa de retomar a banda partiu de Allan, o jornalista detalha que a Terminal Guadalupe se desfez em 2009.
“Nós ficamos nove anos sem contato nenhum, até que em 2018 eu e Allan nos reencontramos. Colocamos o papo em dia, acertamos os ponteiros e ele foi recomeçar a vida dele na Europa”, conta Dary.
Mesmo com o contato tendo retornado entre os dois, a banda realmente só voltou a existir em abril de 2020 com a pandemia. “Partiu de um convite no WhatsApp, Allan fez um contato comigo para voltarmos com a banda já que estávamos em confinamento”.
Depois de Dary aceitar o convite, Fabiano aceitou retornar à banda e o trio convidou Marcelo, que integrava um grupo chamado Cabaré, para compor o projeto. E, a partir dele, Iuri também foi convidado.
Se identificando como um músico pantaneiro, hoje o jornalista mora em Curitiba, mas continua retornando à Mato Grosso do Sul sem perder suas raízes. Dary explica que esse é o quarto disco de estúdio do Terminal e une flamenco, pop contemporâneo, cúmbia e sessentismo lo-fi.
Além da variação de estilos, a influência da banda ter se tornado intercontinental em sua produção fez com que mais de um idioma fosse utilizado. Por isso as composições foram feitas em português, inglês, espanhol e italiano.
“A princípio, esse disco foi algo para preencher nossa cabeça durante aquele momento delicado, mas acabou se tornando realmente uma volta da banda e um meio de apresentarmos propostas diferentes”, Dary detalha.
Em relação ao conteúdo das músicas, o compositor relata que os sentimentos envolvidos foram em relação à covid-19. “Basicamente, é um disco sobre a pandemia, mas ao mesmo tempo sobre como lidamos, o que perdemos, quais oportunidades deixamos passar e a perspectiva crítica em relação a isso".
Produzir e reunir a banda
Já tendo lançado a produção, Dary conta que olhar para o período de construção do álbum resulta em um sentimento de que ainda sente falta do contato presencial. Mesmo com o projeto tendo sido possibilitado pelo meio digital, as sensações geradas pelo contato físico ainda ganham a competição com o virtual.
“Foi muito estranho, mas demos um jeito de usarmos a tecnologia a nosso favor. Acho que na gravação senti mais essa solidão porque quando você termina a gravação de um disco, você faz uma festa e esse momento não existiu” conta o compositor.
Apesar de Dary ter percorrido todo o caminho da produção sem ter contato com os amigos, ele explica que os outros integrantes conseguiram se reunir. E, agora, o grupo já se planeja para retomar o contato presencial em uma turnê.
Por enquanto, o planejamento é para que os shows sejam feitos na Europa, mas Dary garante que a vontade de trazer o grupo ao Brasil também é grande.
Disponível gratuitamente, todas as músicas podem ser acessadas a partir do site terminalguadalupe.carrd.co.
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