Depois de descobrir o câncer, Torresmo vai receber 30 músicos em festa especial
Nem a descoberta de um câncer no dia do seu aniversário e a luta diária das quimioterapias tiram o sorriso de Benedito de Souza Junior, 44 anos, conhecido como Juninho Torresmo. Sonoplasta e produtor musical há mais de 20 anos, no próximo mês ele reúne os amigos em uma festa sertaneja para celebrar a vida e dar mais um passo no tratamento contra o câncer.
Para arrecadar dinheiro necessário nessa batalha, a festa será um churrasco beneficente no dia 18 de junho, na Colônia Paraguaia, com a participação de 30 músicos de Mato Grosso do Sul. Na programação de peso, o público terá João Haroldo e Bentinho, Patricia e Adriana, Breno Reis e Marcos Viola e o Grupo Tradição.
A relação com o câncer começou em março, quando Torresmo descobriu a doença no intestino e no reto, bem no dia do aniversário. "Estava com muitas dores, tomava remédio e nada passava, quando decidi ir ao hospital, fiz os exames e o médico disse que estava em estágio avançado".
Com a identificação, Torresmo sofreu um baque, mas por pouco tempo, garante. "É claro que a gente leva um susto e parece que só enxerga a morte. O câncer está aliado ao sofrimento, mas eu consegui enxergar que não precisava ser assim".
A esperança tem sido palavra chave na hora de enfrentar o tratamento. No hospital, Torresmo encara as quimioterapias. "Ela é o que me derruba, na verdade nem parece um remédio e sim um veneno. Eu só fui sentir a melhora na segunda e terceira sessão, em que as dores foram diminuindo".
Além de ajudar no tratamento, Torresmo diz que vai aproveitar a festa de junho para agradecer aos amigos. "Quando todo mundo descobriu a doença, recebi apoio de gente que eu nem esperava. Esse encontro vai ser para continuar torcendo pela recuperação que eu tenho certeza que vai ser logo, logo".
Torresmo ficou conhecido entre músicos na adolescência. Depois de perder a mãe por conta do câncer quando tinha 13 anos, ele procurou amparo no meio musical. "Naquela época, fiz amizade com o pessoal do trio elétrico, eu tinha acabado de perder minha mãe e eles me levaram para Corumbá em período de campanha. E assim eu comecei a a me envolver com rádio e trabalhar como sonoplasta".
Em 1994, decidiu se aventurar. Vendeu tudo que tinha para trabalhar com música no Paraguai. "Eu lembro que tinha um Fusca, vendi e com o dinheiro comprei tudo de vinil. Chegando lá, minha surpresa foi o samba, até então que eu achava que não gostavam".
No Paraguai, Torresmo participou de um grupo de samba por acaso e quando decidiu voltar ao Brasil sentiu falta da música e da batucada que fazia no país vizinho. "Quando fui morar em Camapuã reuni com os amigos para tocar e formamos o grupo "Torresmo com Maxixe". A gente tocava nos intervalos dos bailes, quando o grupo Gaiteiro apresentou a gente para a gravadora do Michel Teló, que fez nosso primeiro e único disco", recorda.
Depois de algum tempo os integrantes do grupo trilharam novos caminhos e Torresmo se descobriu por trás dos palcos. "Descobri minha paixão pela produção e todo aquele trabalho para que o artista suba ao palco e faça o show. Comecei a trabalhar nos bastidores como roteirista de palco e tenho muito orgulho de ter trabalhado com pessoas como Munhoz e Mariano, Marco Aurélio e Jads e Jadson", finaliza.
Quem quiser participar do churrasco, os ingressos já estão à venda no Gugu Lanches e custam R$ 25,00. O evento será dia 18 de junho, às 11h, na Colônia Paraguaia.
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