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Diversão

Em bar, “irmãs da vida” costuram e servem de maleitoso a sucupira

Em 1989, Bete e Edmma se conheceram e hoje administram bar que também é atêlie de costura

Jéssica Fernandes | 26/07/2022 06:22
Elizabete e Edmma administram o Costubar desde 2015. (Foto: Alex Machado)
Elizabete e Edmma administram o Costubar desde 2015. (Foto: Alex Machado)

Irmãs de coração como gostam de dizer, Elizabete Ferreira Lima, de 60 anos, e Edmma Chulapa, de 72 anos, administram o Costubar. Localizado no Bairro Coronel Antonino, o estabelecimento tem cachaças artesanais de maleitoso, sucupira, fedegoso e por aí vai. Costureiras há décadas, elas aproveitaram para fazer do lugar um ateliê onde consertam e ajustam as roupas dos clientes.

As mulheres se conheceram numa fábrica de costura em 1989, em São Paulo. A partir do ambiente de trabalho, elas desenvolveram a amizade que evoluiu para a relação de irmandade que mantém até hoje. Mesmo tendo outras irmãs na Bahia, Elisabete escolheu vir para Campo Grande com Edmma.

Na Capital, elas vivem desde 2010 na casa da mãe da costureira, porém somente em 2015 a ideia de ter o bar surgiu. Quem fala sobre esse começo é Edmma. “Quando a gente veio de São Paulo trouxemos roupas para vender. Abrimos uma loja, mas o aluguel era muito caro. A gente veio pra cá, criou o botequinho e costuramos aqui”, explica.

Edmma explica sobre o começo do bar que administra com a irmã. (Foto: Alex Machado)
Edmma explica sobre o começo do bar que administra com a irmã. (Foto: Alex Machado)

Ao decidirem abrir o estabelecimento, as irmãs improvisaram tudo e Edmma deu asas à imaginação. Ela quem pintou a fachada de verde e laranja, além de fazer os desenhos de tesoura e o carretel de linha que está ao redor do nome do bar. “Eu recortei o desenho num papel, colei e comecei a pintar. Eu que fiz”, diz orgulhosa.

O bar tem um movimento tranquilo, assim como o humor das donas. Dependendo do horário, elas fecham a porta, mas continuam atendendo aqueles que chegam e batem no portão. Os frequentadores mais antigos, conforme Edmma, sabem como tudo funciona por ali. “Os meus clientes são assim. Eles vem, tomam cachaça, às vezes contam uma história, mas não demoram muito não”, fala.

Apesar das duas serem donas, Elisabete é quem fica mais tempo cuidando do bar, enquanto a irmã costura. Pessoa de poucas palavras, Bete fala que gosta do trabalho. “É bom, distrai”, declara.

Bete fala sobre as cachaças produzidas por ela e a irmã. (Foto: Alex Machado)
Bete fala sobre as cachaças produzidas por ela e a irmã. (Foto: Alex Machado)

Além de chegarem para tomar uma cachaça, segundo Edmma, as pessoas aproveitaram para deixarem peças de roupa.  "Várias vezes eles vêm aí e falam que tem uma barra pra fazer e um remendo. A gente pega e faz, aproveita para vender uma pinguinha e fazer a costura”, conta.

Como Bete é quem está à frente do bar no dia a dia, ela mostrou os panos de prato e as cachaças artesanais vendidas. Feitas pelas irmãs, as pingas são variadas. Na prateleira tem garrafas de maleitoso, canelinha, guavira, sucupira, anis estrelado, fedegoso, cancorosa, emburana, sasafraz e até carqueja. Além das pingas, cervejas e refrigerantes, as irmãs também comercializam doces, bolachas, picolés e balas.

Na varanda, as irmãs fizeram bancos apoiados na paredes para os clientes beberem de forma mais confortável. No bar, a única coisa que não foi feita pelas mãos delas é a cobertura da varanda, que é de lona e madeira. Apesar da simplicidade do boteco, o atendimento é de primeira qualidade, pois Bete esbanja gentileza e Edmma bom humor.

No estabelecimento, bebidas, picolés e panos de prato são vendidos. (Foto: Alex Machado)
No estabelecimento, bebidas, picolés e panos de prato são vendidos. (Foto: Alex Machado)

O encontro das irmãs - Mesmo sendo de famílias de famílias diferentes, as mulheres se consideram irmãs e é assim que se identificam para as pessoas. Da fábrica de costura, elas foram trabalhar na Associação das Mulheres Brasileiras, que tinha o intuito de construir residências para esse público.

Após alguns anos, elas e as demais integrantes da associação construíram um apartamento de quatro andares. No local, elas tinham os próprios imóveis. Quando Edmma decidiu que era hora de voltar para Campo Grande e cuidar da mãe, Bete fez as malas de imediato.

Com a expectativa de terem uma vida melhor na Capital, as irmãs vieram sem o intuito de voltar. “E aqui nós estamos”, resume Edmma. "Aqui é muito bom, estamos até hoje, nunca quis ir pra fora", conclui Bete.

O Costubar está localizado na Rua São Luís Gonzaga, 460, no Bairro Coronel Antonino. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 6h às 18h. Aos domingos, das 6h às 12h.

Cachaça artesanal de fedegoso e maleitoso. (Foto: Alex Machado)
Cachaça artesanal de fedegoso e maleitoso. (Foto: Alex Machado)
Nos fundos do bar funciona o atêlie de costura. (Foto: Alex Machado)
Nos fundos do bar funciona o atêlie de costura. (Foto: Alex Machado)
Edmma pintou o bar que funciona desde 2015. (Foto: Alex Machado)
Edmma pintou o bar que funciona desde 2015. (Foto: Alex Machado)
Cachça de guavira. (Foto: Alex Machado)
Cachça de guavira. (Foto: Alex Machado)

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