Matriarcas, ancestralidade e cultura corumbaense marcam 2º dia de desfiles
Três escolas emocionaram o público com enredos que exaltam identidade e tradição

A segunda noite de desfiles das escolas de samba de Campo Grande, nesta terça-feira (5), levou milhares de pessoas à Praça do Papa. Com arquibancadas lotadas, o público acompanhou enredos que exaltaram matriarcas, ancestralidade afro-brasileira e a cultura de Corumbá.
RESUMO
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A segunda noite de desfiles das escolas de samba em Campo Grande destacou temas como matriarcas, ancestralidade afro-brasileira e cultura de Corumbá. Com cerca de 10 mil espectadores, o evento foi elogiado por sua importância cultural e econômica. A Unidos da Vila Cruzeiro homenageou figuras maternas, enquanto a Deixa Falar exaltou raízes afro-brasileiras. A Cinderela celebrou a cultura de Corumbá, apesar de enfrentar dificuldades de tempo. A apuração dos votos para definir a campeã de 2025 ocorrerá nesta quarta-feira, com prêmios para as três primeiras colocadas.
Com cerca de 10 mil espectadores, o presidente da Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande), Allan Catharinelli, destacou a importância do evento para a cidade.
“Nosso Carnaval é um ambiente familiar, que une as pessoas. Mas não é só festa, ele movimenta a economia e o turismo. É uma celebração essencial para Campo Grande”, afirmou.
O evento atraiu foliões de diferentes estados. Entre eles, Nadir Antônio Grando, 71 anos, morador do Rio Grande do Sul, que prestigiou a festa pelo segundo ano seguido. “Campo Grande está de parabéns. As escolas evoluíram muito, tanto na organização quanto na qualidade das fantasias”, disse.
O secretário municipal de Cultura, Valdir Gomes, também celebrou o sucesso do evento. “Recebemos algumas críticas, mas todas foram para melhorar. Tenho certeza de que será cada vez melhor”, pontuou.
A noite foi marcada por apresentações das escolas Unidos da Vila Cruzeiro, Deixa Falar e Cinderela Corupah, com temas que valorizaram a história e identidade do povo brasileiro.

Unidos da Vila Cruzeiro: a força das matriarcas - A escola abriu a noite com o enredo "Ju Ojo Iya", que significa "Feliz Dia das Mães", em iorubá. A homenagem destacou figuras maternas que protegem e fortalecem a sociedade, além da Mãe Terra e Mãe África, essenciais para a cultura brasileira.
A emoção tomou conta da avenida, não apenas pelo tema, mas pela homenagem à Aparecida Gomes da Silva, a Cida do Picolé, matriarca da escola, que faleceu em dezembro, aos 74 anos, vítima de um infarto fulminante.
“A saudade é grande, porque ela era o esteio da nossa família. Hoje minha vó faz muita falta, mas sabemos que sua presença está aqui”, disse Meryellen Guedes, 31 anos, neta de Cida e vice-presidente da escola.
Para Wellen Louise, musa da agremiação, a dor da perda foi transformada em força. “O tema já estava escolhido antes, mas a fatalidade nos pegou de surpresa. Perder uma matriarca é uma dor muito forte, mas transformamos isso em garra. Nossa escola brilhou na avenida.”
Deixa Falar: resgatando a ancestralidade - A campeã de 2024 trouxe o enredo "Ancestralidade", exaltando as raízes afro-brasileiras e a resistência dos antepassados. O desfile destacou a resiliência, liberdade e a importância da cultura negra, reforçando a necessidade de manter vivas as tradições que formam a identidade do povo brasileiro.
O tema teve impacto direto na bateria Filho de Jorge, comandada por Nayara Thomaz, que desfilou descalça, vestida com roupas indígenas e pinturas feitas por lideranças terenas.
"Quando recebemos o enredo, sentimos uma energia forte. Não tem como não se emocionar falando das nossas origens. Trazer essa ancestralidade, tanto indígena quanto afro, fez toda a diferença", destacou.
Cinderela: a cultura de Corumbá na avenida - A escola encerrou a noite com "Corupah - Lugar Distante", termo em tupi-guarani que remete à cidade de Corumbá. O desfile exaltou a cultura indígena e a natureza do Pantanal, mas a escola enfrentou dificuldades para concluir a apresentação dentro do tempo regulamentar.
Mesmo com o imprevisto, o vice-presidente Márcio Marques Soares ressaltou a superação da equipe. "Viemos para brincar na avenida. Foi um ano difícil, precisávamos evitar o rebaixamento, mas trabalhamos duro. O mais importante era celebrar com alegria.”
A apuração dos votos que definirá a campeã do Carnaval 2025 acontece nesta quarta-feira (5), às 16h, no Teatro Arena do Horto Florestal, com entrada gratuita. O prêmio para a primeira colocada será de R$ 30 mil, a segunda colocada R$ 20 mil e terceira colocada R$ 10 mil.
Confira os enredos das escolas em 2025:
- Herdeiros do Samba: "De Baiana a Imortal"
- Unidos da Vila Carvalho: "A força de Dona Inêz"
- Catedráticos do Samba: "Uma viagem pelos quadrinhos"
- Igrejinha: "Furnas do Dionísio"
- Unidos da Vila Cruzeiro: "Ju Ojo Iya - Feliz Dia das Mães"
- Deixa Falar: "Ancestralidade afro-brasileira"
- Cinderela: "Corupah - Lugar Distante"
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