Na balada, fotógrafo registra quem curte a noite sem se preocupar com aparências
O melhor da noite é registrar os momentos de total descontração de quem mais se entrega à batida da música e à curtição com os amigos. Na balada, as lentes do fotógrafo André Tomé Barbosa, de 25 anos, buscam justamente isso, registrar a diversão de quem curte as festas da forma mais espontânea possível.
Há quase quatro anos, André, ou ATB como é conhecido, passava a levar mais a sério um hobbie já no último ano da faculdade de Arquitetura. A formação ele não levou a diante, mas a paixão pela fotógrafia só aumentou.
Os primeiros registros na noite foi fotografando os shows dos amigos da banda BellaXu, sem nada daqueles ângulo posados, estilo coluna social ou sites de balada.
“Quando eu iniciei meu trabalho na fotografia, ainda não tinha um estilo definido. Aí fui me aperfeiçoando fazendo fotos para banda”, comenta.
Das imagens que passou a fazer também em casamentos e ensaios, ele conta que foi estudando a técnica de longa exposição, conceito que também levou para as festas em que é contratado.
André conta que as primeiras fotos foram em baladas alternativas da cidade, há pouco menos de um ano. A estreia ocorreu na primeira edição da festa Tropicanapa. Mas ele também já fez fotos para as festas “Gold” e “Treta”, na casa noturna GLSFeat.Club.
“Eu procuro fazer fotos sobre o ponto de vista de quem esta ali se divertindo, de quem está realmente curtindo o role. São festas que têm um tipo de público que não tem pré-julgamentos de comportamento, ninguém se importa com o que você esta vestindo e está lá de corpo e alma”, explica.
A afinidade é tanta que o fotógrafo até diz que recusaria registrar outros tipos de festas em casas noturnas sertanejas, por exemplo. “Eu faço fotos de um público que já tem referências de outros tipos de festas, eventos, e até mesmo do tipo de foto que eu faço. Não pretendem só ficar bonitinhos”, brinca.
Nas baladas em casas noturnas, ele confidencia que prefere trabalhar com imagens em preto e branco e a abordagem dos baladeiros é quase sempre a mesma: de surpresa. “Eu foco apenas na pessoa e a intenção é registrar aquele momento que passaria despercebido. Dessa forma eu consigo as imagens mais diferentes”, explica.
Em roles que começam durante o dia, como na Tropicanapa, ele explica que também utiliza a técnica de longa exposição, quando o efeito é de uma luz que deixa rastro. O que mudam são as possibilidades de edição das imagens. “Nas fotos em preto e branco, eu não tenho muitas possibilidades de alteração na imagem, mas durante o dia, posso dispensar o flash por exemplo e também trabalhar a imagem de acordo com a luz e as cores”, pontua.
As características nada tradicionais de seu trabalho em baladas, para André é uma forma de quebrar tabus sobre esse tipo de festa mais alternativa.
“Eu acredito que uma fotografia convencional, mesmo sendo boa, não é tão comentada ou lembrada quanto uma que foge desse padrão. Já o tipo de imagem que eu faço, chama mais atenção e agrada quem já entende a proposta do meu trabalho e desse tipo de balada. Para quem ainda tem preconceito, talvez não”, conclui.
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