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Diversão

Na terra do avô, Silvio viveu aventura com nevasca e frio de -20 ºC

Frio intenso não ocorria há 10 anos na região que visitou, por isso, ele vivenciou experiência incrível

Thailla Torres | 08/02/2022 06:20
Registro de Silvio durante nevasca intensa, que não ocorria há 10 anos em Hokkaido. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
Registro de Silvio durante nevasca intensa, que não ocorria há 10 anos em Hokkaido. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)

Não é a primeira vez que o jornalista campo-grandense Silvio Mori aparece no Lado B contando suas aventuras do outro lado do mundo – Japão. Mas dessa vez, foi impossível não bater um papo pela internet para saber as aventuras que ele viveu nos últimos dias em Hokkaido, a província mais fria do Japão, no Norte do país.

Silvio deu de cara com um frio intenso, que não ocorria há 10 anos na região. Chegou a encarar dias de -15 °C e sensação térmica de -20 °C. Para quem está em Campo Grande, vivendo uma onda de calor intensa nos últimos tempos, não é difícil imaginar o contraste de quem deixa o Brasil para encarar essa aventura congelante.

Silvio foi à província a trabalho para o TV Nikkey MS, TV Cultura e Itibannews. O objetivo da viagem era o Festival da Neve de Sapporo, um dos maiores da Ásia, que foi cancelado com menos de 15 dias do evento por conta da pandemia e aumento de casos de covid-19.

O objetivo da viagem era o Festival da Neve de Sapporo, um dos maiores da Ásia, que foi cancelado com menos de 15 dias do evento. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
O objetivo da viagem era o Festival da Neve de Sapporo, um dos maiores da Ásia, que foi cancelado com menos de 15 dias do evento. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
Imagem magnífica na região coberta pela neve. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
Imagem magnífica na região coberta pela neve. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
Silvio no Festival da Neve em 1996, em Hokkaido. (Foto: Arquivo Pessoal)
Silvio no Festival da Neve em 1996, em Hokkaido. (Foto: Arquivo Pessoal)

No entanto, não teve como cancelar a viagem e ele decidiu ir com o grupo de brasileiros que estava organizado e aproveitou bastante, graças ao roteiro feito pela agência de viagem, especializada em turismo para brasileiros no Japão.

Mais do que trabalho, estar em Hokkaido foi como voltar às origens e, mais uma vez, ter uma experiência magnífica. O lugar foi o primeiro endereço que ele morou no Japão em 1994, seu pai morou por lá 18 anos e seu falecido dichan (avô) nasceu lá. “Eu, particularmente, gosto de voltar aos lugares em que morei e fiz amigos”, conta.

Ano passado, Silvio até esteve na região, mas não no auge do inverno. Em 2022, ele e outros brasileiros foram surpreendidos. “Como ex-morador, sabia que estaria frio e com muita neve. Mas não esperava tanta neve e uma temperatura de -9 °C a -15 °C e sensação térmica de -15 °C a -20 °C”, conta.

A pergunta recorde feita à Silvio foi como sobreviver ao frio e não congelar nas baixíssimas temperaturas. “As roupas desta região são diferenciadas, os calçados forrados por dentro e com ferro na sola para evitar derrapar no gelo, tem os de borracha também. Em todo o Japão, vendem o carvão (kairo), que esquenta conforme você o agita e dura 24 horas”.

Adesivo aquecedor para corpo. Pode ser usado para esportes ou cotidiano no inverno. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
Adesivo aquecedor para corpo. Pode ser usado para esportes ou cotidiano no inverno. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
As roupas desta região são diferenciadas, os calçados forrados por dentro e com ferro na sola para evitar derrapar no gelo. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
As roupas desta região são diferenciadas, os calçados forrados por dentro e com ferro na sola para evitar derrapar no gelo. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)

Apesar do festival não ocorrer, ele e o grupo conseguiram se divertir, conhecendo a Odori Park, a Torre de TV de Sapporo, o Museu da Cerveja. “Hokkaido é famosa pela culinária também, com o famoso lamén e sopa de siri (caranguejo), além do gengiscan de carneiro. O povo faz muito com carne de vaca, principalmente no Brasil, mas o verdadeiro é com carne de carneiro”, diz.

Além da gastronomia, a região tem seu próprio guaraná e as cervejas que são vendidas somente na região. “O sabor do guaraná é diferente, mas é original de Hokkaido e nas demais regiões, só tem guaraná do Brasil”.

Gengiscan de carneiro tradicional em Hokkaido. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
Gengiscan de carneiro tradicional em Hokkaido. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
A região tem seu próprio guaraná, mas o sabor é diferente do brasileiro. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)
A região tem seu próprio guaraná, mas o sabor é diferente do brasileiro. (Foto: Arquivo Pessoal/Silvio Mori)

Ele aproveitou ainda o passeio no Lake Shikotsu, onde fazem pequenas esculturas de neve, aleatórias e ganham cores com a iluminação. “O festival recebe milhares de turistas do mundo todo, há uma competição em quem faz a melhor e mais alta escultura de neve”.

A experiência ficou ainda melhor lembrando do passado e das experiências vividas. “Eu sou suspeito de falar de Hokkaido, eu amo essa região, mesmo com o frio intenso. Tem minha história ali, foi onde aprendi o nihongo (língua japonesa), primeiro lugar que morei, que vivi a cultura japonesa in loco, onde meus irmãos, com exceção do caçula, foram criados. São muitas memórias. Foi onde tirei a minha primeira habilitação com 19 anos, sabe o que é dirigir na neve? Aliás, ali foi onde vi a neve pela primeira vez, passou um filme na minha cabeça”, narra.

Silvio ainda lembrou das cartas que recebia do Brasil. “Não havia estrangeiros na cidade fora nossa família, todos nos conheciam”, recorda.

Já com a nevasca maluca, no último domingo (6), Silvio viveu uma loucura. O acúmulo de neve paralisou trem, ônibus e deixou a região um caos. “Não acontecia isso há 10 anos e aconteceu justo na minha volta, no domingo, quando perdi meu voo. Foi um perrengue para chegar ao aeroporto, que demora 1h30 de trem ou ônibus, já que o aeroporto de Sapporo, capital de Hokkaido, fica distante do centro, em outra cidade vizinha, chamada Chitose”.

Após o perrengue para chegar ao aeroporto, perder o voo e ficar aproximadamente 3 horas dentro de um avião pousado, Silvio chegou onde mora atualmente, Aichi, na ilha de Honshu.

Feliz em voltar às origens e emocionado com a experiência, ele ainda deixa dica para quem deseja um dia viver essa aventura congelante. “Venha preparado, porque sair do calor do Brasil de quase 40 graus, seja no Mato Grosso do Sul ou qualquer outra região do Brasil e querer enfrentar essas temperaturas negativas, tem que vir preparado. E não adianta se agasalhar com roupas de outras regiões, tem que vir com roupas próprias de cidades que há neve”.

Sobre a experiência, ele desconhece algo que impeça a aventura.

Vale a pena. São experiências únicas. É outra vida, é outra região, é enfrentar as dificuldades da vida de outra forma”, finaliza.

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