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Diversão

Parada LGBTQIAPN+ celebrou o respeito à diversidade

O dia mais animado e colorido do ano teve como intuito promover o respeito, inclusão e igualdade

Por Idaicy Solano | 28/07/2024 06:50
Movimentação na hora da saída do trio elétrico (Foto: Juliano Almeida)
Movimentação na hora da saída do trio elétrico (Foto: Juliano Almeida)

Levando as cores do arco-íris pelas ruas do Centro de Campo Grande, milhares de pessoas se reuniram para a 21º edição da Parada LGBTQIAPN+ neste sábado (27). O evento, que teve início às 14h, com concentração na Praça do Rádio Clube, se estendeu até a noite, repleto de atrações, bandeiras coloridas, glitter e, principalmente, o respeito à diversidade.

O dia mais animado e colorido do ano teve como intuito promover o respeito, inclusão e pedir por igualdade e para a comunidade LGBTQIA+ de Campo Grande, além de ser um grande símbolo de resistência.

Com bandeiras do movimento erguidas e cartazes nas mãos, o público desfilou pelas ruas da cidade pedindo por inclusão e acolhimento. Entre as mensagens levantadas estavam o pedido "por mais travesti na educação", o fim do preconceito, e ainda a mensagem "nada poderá nos afastar do amor de Deus".

Bandeira LGBT serviu de passarela para desfile antes da saída do trio (Foto: Juliano Almeida)
Bandeira LGBT serviu de passarela para desfile antes da saída do trio (Foto: Juliano Almeida)
Cartazes pediram por respeito, amor e inclusão (Foto: Juliano Almeida)
Cartazes pediram por respeito, amor e inclusão (Foto: Juliano Almeida)

Antes da saída do trio elétrico, a bandeira LGBTQIA+ estendida no chão da praça também serviu de passarela, da qual a Miss Trans Mato Grosso do Sul, Mirella Santos, desfilou orgulhosamente ao lado de mais mulheres.

A Miss aproveitou para ressaltar que o evento não é apenas sobre beleza e glamour, mas também sobre levar conscientização à população, e mostrar que o apoio também começa dentro de casa.

“A importância do evento é fazer com que as pessoas vejam que trans, travesti, não são marginalizadas. Entender que travesti também é cultura. O evento também faz com que a sociedade tenha mais afeto, mais amor, porque existe trans criança, trans adolescente, existe trans adulto, e com a família apoiando, tudo se torna mais fácil”, declarou.

A festa também foi marcada pela presença do fotógrafo e videomaker Krelvis, que fez bastante sucesso trajado de biquíni feito de melancia. A fantasia foi confeccionada com a casca, e a fruta foi transformada em espetinhos que ele saiu distribuindo para a galera.

“Para mim é um dia muito significativo, porque eu me sinto livre todos os dias, mas aqui é uma forma da gente se sentir livre junto, apoiar quem precisa de apoio. Eu já passei por essa fase de discriminação, de preconceito, de auto aceitação. E agora eu quero que mais pessoas possam ser felizes, porque ser gay é um dom divino, o maior dom que Deus me deu”, expressou Krelvis.

Participando das paradas desde a primeira, 21 anos atrás, Skarlat Almeida, de 48 anos, desfilou pelas suas com seu vestido vermelho, confeccionado especialmente para a festa. Ela conta que todo ano faz questão de estrelar um modelo diferente e único. Indo muito além do brilho da roupa e da maquiagem, a cabeleireira expressou que a Parada também é momento de reflexão e pedido por respeito.

“A gente ainda vive num país que mais mata e assassina transsexuais, e estar aqui com 48 anos de idade, com 21 anos de parada, é vida, é celebração, é amor, é respeito, é carinho. As pessoas não precisam nos aceitar, elas precisam nos respeitar. A gente vem lutando, porque o respeito é a base de tudo”, expressou Skarlat.

Todo ano Skarlat estrela look feito especialmente para a Parada (Foto: Juliano Almeida)
Todo ano Skarlat estrela look feito especialmente para a Parada (Foto: Juliano Almeida)

A igreja inclusiva Morada também esteve presente no evento. O pastor Alisson Araújo de 30 anos, ressaltou que a Parada é uma manifestação de luta de direitos em busca de oportunidades e reconhecimento. Ele também relembrou que pelo menos 90% dos membros da igreja Morada foram excluídos de igrejas tradicionais.

“Nós precisamos praticamente fundar um espaço, onde a gente pudesse manifestar a nossa fé, praticar o nosso culto, louvar a Deus. Então, a gente se encaixa completamente no ato histórico, que é a parada e Campo Grande ainda tem muito que avançar. Nós temos atualmente só duas igrejas inclusivas, perto de milhares de outras igrejas evangélicas, então a gente está em busca dos direitos, da oportunidade de existir”, finalizou Alisson.

Concentração teve início 14h na Praça do Rádio Clube (Foto: Juliano Almeida)
Concentração teve início 14h na Praça do Rádio Clube (Foto: Juliano Almeida)
Milhares de pessoas saíram pelas ruas de Campo Grande carregando a bandeira do movimento (Foto: Juliano Almeida)
Milhares de pessoas saíram pelas ruas de Campo Grande carregando a bandeira do movimento (Foto: Juliano Almeida)

Trajeto e atrações 

O trio saiu da Rua Padre João Crippa, seguiu na Rua Dom Aquino, passou pela Avenida Calógeras e retornou à Praça do Rádio pela Rua Rui Barbosa, que foi palco de 11 atrações que agitaram a celebração.

Subiu ao palco a Cia Canindé, Duo Resistência, Silveira, Thyssmy Kissmy, House of Hands Up MS, Dany Cristinne, Conexão Urbana, Ruschel,  Beca e a Gaia Arte, Crew Drag CG e DJ Gustavo Freitas.

O evento é realizado pela ATM (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), em parceria com instituições de políticas públicas e apoio à população LGBTQIA+ .

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