Alimentação natural para pets pode ser melhor que ração e ajuda a tratar doenças
A tendência chega a Campo Grande com uma marca especializada em porções para cães e gatos
Chega de alimentar os pets com rações cheias de sódio. A tendência é voltar ao antigo hábito de dar comida, como a que a gente come todos os dias. Isso não quer dizer dar restos de alimentos aos bichanos, muito pelo contrário – até porque muitos ingredientes que fazem parte da nossa dieta são tóxicos a cães e gatos, como é o caso da cebola, por exemplo.
De acordo com a Médica Veterinária na área de Alimentação Natural, Marina Franco, a ração é vista como vilã porque a “grande maioria delas é feita com grãos de milho, trigo, soja, conhecidos por serem alterados geneticamente na forma de transgênicos”. Isso sem contar os altos índices de sódio e o fato de serem secas, características que fazem mal para o nosso organismo e para o deles também.
Nacionalmente já existe toda uma movimentação de marcas que oferecem porções diárias aos pets como forma de substituição à ração. Em Campo Grande descobrimos por enquanto só uma loja especializada, a Le Gout Canin (O Gosto Canino).
“Se a gente for resgatar, a ração existe há mais ou menos cem anos, a alimentação natural é muito mais antiga do que isso e consiste em respeitar as características evolutivas de cada animal e suas particularidades por meio de exames antes da prescrição por um veterinário”, completa Marina.
A Le Gout Canin tem parceria com Marina. A indicação é de que todos os clientes passem por essa avaliação antes de começarem com a assinatura mensal. “A gente tem uma linha comercial mas indicamos que os bichanos passem pela consulta. Podem introduzir a alimentação com a comercial, que é o que geralmente acontece”.
A marca surgiu depois de o casal Mariana Capelle e Marcio Vasconcelos encontrar dificuldade com rações para o Ozzy, pastor alemão dos dois, que tem megaesôfago e é renal crônico. “Não conseguimos achar uma ração para adequar a ele, tentamos toda. Fomos em busca de outras opções e descobrimos a alimentação natural”, explica Mariana.
Foi quando se tornaram leitores do site Cachorro Verde, pioneiro no assunto aqui no Brasil. “Fomos em busca do curso deles, para tutores, em São Paulo e passamos a alimentar Ozzy e também a Zara com comidas feitas por nós, os amigos foram pedindo pra gente fazer pros cachorros deles e notamos uma oportunidade”.
Já faz um ano que a marca funciona em Campo Grande. Por enquanto a maioria dos 27 clientes da Le Gout Canin procuram pelo método por conta de alguma enfermidade no animal. "Acaba sendo mais uma dieta terapeuta do que de manutenção", diz a veterinária.
Nesse casos, a alimentação natural é vantajosa porque consegue manipular e personalizar o alimento de acordo com as necessidades do bichinho. Ou seja, se um gato tem problemas hepáticos ou renais - doenças concomitantes - o dono nunca vai encontrar uma ração que trate esses dois problemas, diferente do que acontece na nova tendência.
"É feita uma avaliação física, exame de sangue e a gente prescreve uma receita", diz a médica. Se o dono do pet preferir ele pode tentar preparar em casa as delícias para os bichanos. É necessário ter uma balança para alimentos e uma panela que cozinhe alimentos a vapor.
"Dividimos ingredientes em quatro categorias básicas: proteínas, vegetais, carboidratos e as vísceras, em menor proporção", completa Marina Franco.
Se a intenção é buscar comodidade, a Le Gout serve o quilo a partir de R$ 20 e entrega as porções congeladas em saquinhos. "A única coisa que o responsável tem que fazer é descongelar as porções. Dá pra servir geladinho mesmo ou aquecido, vai depender da predileção do animal".