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Aos 69 anos, Maria não toma remédios e encara viagem até terenos de bicicleta

Bicicleta transformou a vida da dona de casa, herança deixada pelo pai que amava andar de bike

Thailla Torres | 07/05/2019 07:38
Maria já enfrentou quilômetros de estrada na bicicleta. (Foto: Marina Pacheco)
Maria já enfrentou quilômetros de estrada na bicicleta. (Foto: Marina Pacheco)

Durante anos, Maria Ribeiro Rodrigues só queria pedalar, independente do futuro. Ao seu lado estava o pai Anísio Farias Ribeiro que lhe ensinou a dar valor na bicicleta assim como as primeiras pedaladas. Hoje, aos 69 anos, é o sentimento que o pai deixou que a faz levantar todos os dias e se sentir mais viva.

No passeio ciclístico do último domingo, ao lado da filha, Maria era uma das mais animadas. Isso porque ele passou meses sem subir numa bicicleta após uma queda em dezembro que a fez quebrar os óculos e machucar o rosto. Seu retorno foi especial por se sentir bem e lembrar de tudo o que o pai deixou. “A bicicleta transformou minha vida. Ano que vem faço 70 anos e não sinto dores. Posso andar 30 ou 40 quilômetros que fico inteira. Puxei ao papai”, descreve.

Na companhia da filha ela esteve no passeio ciclístico. (Foto: Marina Pacheco)
Na companhia da filha ela esteve no passeio ciclístico. (Foto: Marina Pacheco)

Seu Anísio sempre gostou da bicicleta. Era na garupa que levava Maria para escola, voltava do trabalho e ia com as crianças brincar. “Ele era um apaixonado pela sua bicicleta, falava dela com orgulho, como quem compra o primeiro carro, sabe?”.

Um dia o pai se acidentou. Na volta do trabalho foi fechado por um ônibus e na queda perdeu a visão de um olho. O medo fez ele nunca mais subir na bicicleta, mas não tirou o encanto da filha que, apesar de um período longe da parceira de duas rodas, nunca esqueceu o quão divertido era andar de bicicleta.

Dona de casa que sempre se dedicou ao lar, aos filhos e ao marido com quem é casada há 50 anos, Maria voltou a andar de bicicleta de verdade aos 65 anos. “Foi quando comecei a pedalar, minha filha é uma super companheira e comecei a participar desses grupos”.

Juntas já pedalaram pela cidade e foram até Terenos. “Mas nunca sozinhas, sempre acompanhada de pessoas especializadas para caso aconteça algo”, explica.

Mas com a força de Maria é até difícil imaginar que algo aconteça. “Eu me sinto viva toda vez que subo numa bicicleta. Meu marido não gosta, mas ao pedalar a gente fica mais jovem e ao mesmo tempo se sente mais bem resolvido com a idade”.

Chegar aos 69 anos pedalando além de saudável, livrou dona Maria da depressão. “Muita gente na minha idade vivencia isso, mas com a bicicleta você não tem tempo nem para ficar doente. Sei que vai ser fácil chegar aos 70 anos pedalando”, diz.

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