Aos 80 anos, Celeste é inspiração em praça com a prática de Rádio Taissô
Todos os dias, a aposentada Celeste Molina Cohrs, de 80 anos, é uma inspiração quando o assunto é disposição para atividade física. Ela vai até a Praça Esportiva Belmar Fidalgo dar aulas de Rádio Taissô, uma ginástica milenar asiática, praticada ao som de canções japonesas e que tem o alongamento como principal característica.
Vitalidade, simpatia e bom humor não faltam a Celeste. O segredo está na rotina de exercícios de alongamento e respiração, com duração de 30 minutos, capazes de melhorar a saúde e até prolongar tempo de vida.
Ela foi uma das primeiras instrutoras da atividade em Campo Grande e hoje é representante de uma das 48 associações da Federação Brasileira de Rádio de Taissô, com sede em São Paulo, no bairro da Liberdade. Foi lá o primeiro contato de Celeste com o exercício.
“Foi nos anos 90, que conheci a modalidade quando estava passeando pelo bairro. Fiquei encantada e decidi conversar com o presidente sobre o interesse de me profissionalizar”, conta.
Em 1994, ela inaugurou em Campo Grande o primeiro grupo da ginástica na cidade no Belmar Fidalgo, bem no centro de Campo Grande. Em 2001 retornou para São Paulo e ministrou, por 13 anos, aulas no Parque Trianon.
“É uma modalidade em que a sequência e o ritmo faz toda diferença, trazendo muitos benefícios a saúde. Veja só, eu não tenho nenhum problema e nem sinto dores”, diz demonstrando um exercício.
Na manhã desta quinta-feira (23), a aula teve um convidado especial a convite de Celeste. Jorge Kinoshita, de 79 anos, presidente da Federação Brasileira de Rádio Taissô, veio de São Paulo (SP) prestigiar e incentivar a modalidade em Campo Grande
“No Japão, a prática é comum na rotina da população. Todo mundo tira de 10 a 15 minutos para fazer o exercício nas fábricas, escolas e ruas. É uma prática que ajuda na circulação sanguínea, previne pressão alta, infarto, dores de cabeça e ajuda até na prevenção Alzheimer”, destaca o presidente.
Há 30 anos praticando o Rádio Taissô, Jorge diz que o maior desafio é convencer a população a mudar rotina pela saúde. “Algumas pessoas duvidam do efeito, outras se deixam levar pela preguiça. As pessoas sabem que se deve ficar sem exercícios, mas não praticam e com o tempo os problemas aparecem”.
Em seu país de origem, a prática foi difundida desde 1928, pelo rádio, e chegou ao Brasil em 1978. Por aqui, as aulas são ao ar livre, com a música vindo um aparelho de som. Mas o conceito permanece o mesmo.
Apesar de ser muito indicado para idosos, o presidente explica que o "Rádio Taissô" pode ser praticado por pessoas de qualquer idade.
Para a aposentada Linda Marlene Paixão Mendes, de 57 anos, os benefícios vão desde o controle do stress ao tratamento de artrite reumática. “Eu sentia fortes dores e precisava de alongamento. Mas há seis meses não tomo nenhum analgésico desde que comecei o exercício”.
Observando as pessoas durante a caminhada, Inara Alves Lima, de 58 anos, decidiu começar as aulas há 2 meses. “Eu tinha um problema de circulação sanguínea e sentia fortes dores na perna. Agora mudou muito, sem contar o alívio que dá após a aula”.
Para quem nunca praticou, é uma boa opção em meio ao dia a dia corrido. “Parece que não, mas você sente a movimentação dos músculos do corpo. Eu pensava que não fazia diferença algumas, mas quando experimentei pela primeira vez, senti uma energia diferente”, descreve o representante comercial, Roberto Alves Ferreira, de 54 anos.
Praticando o Rádio Taissô desde os 14 anos, a japonesa Setsuko Nakamura, de 78, é só felicidade ao saber da modalidade em Campo Grande. "A gente praticava no Japão antes de ir para a escola, mas no Brasil sempre foi difícil encontrar. Mas tive sorte de encontrar a Celeste, quem me convidou para as aulas", diz agradecida.
É fundamental estar vestido de maneira confortável, com roupas e tênis para ginástica.
As aulas de “Rádio Taissô” acontecem de segunda à sexta-feira, das 6h45 às 7h15 na quadra de basquete da Praça Esportiva Belmar Fidalgo. As aulas são gratuitas.
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